A implementação bem-sucedida de três estratégias poderia reduzir novos casos de câncer de colo do útero e 5 milhões de mortes relacionadas à doença até 2050, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Buscando o apoio da Prefeitura de Santa Cruz do Sul para a causa, a ginecologista Denise Müller e a psicóloga Roberta Salvatori estiveram reunidas com a prefeita Helena Hermany na tarde dessa terça-feira, 17.
O câncer de colo do útero é o quarto mais comum entre as mulheres no Brasil, apesar de poder ser prevenido e com grande chances de cura quando detectado cedo e tratado de forma adequada. E é um dos únicos que têm suas chances reduzidas por meio de uma vacina, aquela contra o HPV, que está disponível gratuitamente na rede pública.
“Entretanto, a cobertura da vacinação tem sido abaixo do necessário no Brasil, está em 48% nas meninas e apenas em 18% nos meninos. Seja por desinformação, fake news, desconhecimento da gravidade da doença ou entendimento equivocado dos pais. É isso que queremos combater”, afirma Denise.
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Segundo a médica, 100% dos cânceres de colo do útero tem como agente causador o HPV. E a vacina previne também outros tipos da doença em mulheres e em homens. “Mais de 300 milhões de doses já foram aplicadas no mundo, ela é segura, não há registro de reações graves. Podemos fazer a diferença para as futuras gerações, além de reduzir os custos assistenciais”, complementa.
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Além da promoção da vacinação, com a meta de imunizar 90% das meninas aos 15 anos contra o HPV, as estratégias da OMS incluem o rastreamento e o tratamento da doença. Para isso, a psicóloga Roberta reforça a importância de capacitar a rede de atenção, que inclui agentes comunitários, profissionais nas unidades de saúde e professores nas escolas.
A prefeita Helena Hermany comprometeu-se em encaminhar o tema com a Secretaria de Saúde, estudando formas de o Município participar de forma mais ativa na luta pela erradicação da doença. “É a primeira vez que ouço falar na existência de uma vacina disponível no SUS que previne o câncer do colo de útero. E muitas pessoas também não devem saber. Precisamos agir para que seja de conhecimento público o quanto antes.”
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O câncer de colo do útero (câncer cervical) é uma das formas de câncer mais evitáveis e tratáveis com sucesso, se for detectado e diagnosticado precocemente e gerenciado de forma eficaz. As vacinas para HPV são altamente efetivas e promovem uma diminuição significativa das infecções e, consequentemente, também das lesões pré-neoplásicas e neoplásicas do colo do útero.
A vacina contra o HPV é disponibilizada na rede pública para meninas entre 9 e 14 anos e meninos de 11 a 14 anos.
Aplicada em duas doses, com intervalo de seis meses, protege contra quatro tipos de HPV, dois deles os maiores responsáveis pelo câncer de colo do útero. Oferece ainda proteção contra seis tipos de câncer, nos quais o HPV tem papel no desenvolvimento.
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