Santa Cruz do Sul

Preços e oferta de imóveis favorecem comércio em Santa Cruz

De forma esporádica, uma sala comercial no centro de Santa Cruz do Sul é desocupada e passa a ser ofertada no mercado imobiliário. Quando a placa de “aluga-se” aparece, logo chama a atenção, especialmente se a ocupação do espaço demora a ocorrer.

Um levantamento realizado pela Gazeta do Sul no início da semana identificou 32 anúncios de espaços comerciais na área central da cidade. A maioria está nas quadras mais afastadas das ruas Venâncio Aires, Marechal Deodoro e Marechal Floriano. Não estão incluídas as salas sem visibilidade ou identificação das ruas.

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Esse cenário, conforme especialistas do setor, deve-se ao fato de que a oferta de imóveis voltados ao comércio e serviços é grande. Segundo eles, diante da quantidade de salas para locação, os valores em determinadas regiões costumam ser mais acessíveis, tornando-se atrativos.

Na avaliação de um dos fundadores da Sociedade das Empresas Imobiliárias de Santa Cruz do Sul (Seisc), Marco Aurélio Fontoura Hansen, nos casos em que os espaços ficam muito tempo em oferta, uma das causas pode ser a precificação equivocada do aluguel, acima do valor de mercado e da capacidade de pagamento dos empreendedores. “Por isso a importância de os proprietários buscarem se assessorar de imobiliárias idôneas, com expertise do mercado comercial, visando evitar que sejam induzidos em erro no tocante ao valor do aluguel”, afirmou.

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O sócio-proprietário da Imobiliária Vivendas, que atua no segmento de locação desde 1991, explica que, após a pandemia, os preços dos imóveis comerciais se mantiveram. Além disso, evidencia que o índice de correção nos últimos anos tem apresentado variação baixa ou até negativa, colaborando para uma estabilização dos valores. 

Para Hansen, esse fator, somado à característica de Santa Cruz ser um polo regional, faz com que o município tenha procura por locações comerciais. “Essa situação se acentuou com as enchentes, eis que o nosso município foi relativamente pouco atingido em relação a outras cidades da região”, acrescenta.

Atualmente, considera que o mercado apresenta uma oferta maior de imóveis comerciais específicos, especialmente de lojas e salas de menor tamanho, por exemplo. A carência, segundo ele, é de prédios de grande porte com metragens maiores, acima de 500 metros quadrados, com estacionamento. Esse tipo de imóvel é bastante disputado entre os lojistas, especialmente na Rua Marechal Floriano e nos arredores, e costuma ser locado mais rápido.

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Cenário pós-pandemia

Na avaliação do sócio-proprietário da Imobiliária Predilar, Flávio Edemar Bender, a oferta de imóveis aumentou após a pandemia. Isso porque, segundo ele, muitos empresários optaram por encerrar as atividades ou transferir os negócios para suas residências. Já os profissionais liberais, que locavam salas comerciais, passaram a trabalhar de forma remota no formato home office.

Flávio Bender observa que retomada econômica favorece o setor

Esse cenário, contudo, começa a mudar. “A oferta de imóveis comerciais continua grande, mas já se nota uma procura maior por esses espaços com a retomada econômica pós-pandemia”, explica. A maioria dos imóveis disponíveis para locação no momento encontra-se mais afastada da área central, região mais procurada pelos empreendedores devido à maior concentração de pessoas. Porém, há poucas ofertas nas ruas Marechal Floriano, 28 de Setembro, Júlio de Castilhos e Marechal Deodoro.

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Bender explica que muitas vezes os espaços à disposição não atendem às necessidades. “As carências são bem individuais de cada empreendedor. O que ele procura não está encontrando, às vezes pelo espaço em tamanho, preço elevado ou outro motivo”, explicou.

Prioridades

Proprietário da Imobel, o empresário santa-cruzense Roque Dick afirma que não há carência de imóveis para o varejo e serviços. “Não falta, mas também não sobra, o mercado está equilibrado”, pondera.
Na sua avaliação, dois fatores contribuem para a valorização das salas comerciais: acessibilidade para veículos e estacionamento. Espaços localizados em torno das vias com maior fluxo no trânsito favorecem a fixação de estabelecimentos.

Roque Dick destaca a importância da acessibilidade e localização

Enquanto o comércio tende a se fixar nas áreas de maior movimento no Centro, os escritórios para serviços precisam de lugares mais tranquilos e com estacionamento. “Para essa atividade específica, a região do Bairro Higienópolis tem uma grande procura”, afirma Dick.

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Julian Kober

É jornalista de geral e atua na profissão há dez anos. Possui bacharel em jornalismo (Unisinos) e trabalhou em grupos de comunicação de diversas cidades do Rio Grande do Sul.

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Julian Kober

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