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Preconceitos em desconstrução

Compreensível o estado de surpresa e estupefação de muitas pessoas com a emergência definitiva de uma agenda público-privada absolutamente inovadora em torno dos direitos de minorias. Aliás, algumas minorias nem tão minoritárias. A rigor, nem são assuntos assim tão novos e surpreendentes. Basta percorrer a história de muitos povos e nações. Em algum momento, eram os escravos, os indígenas, depois as mulheres, os negros, gays, lésbicas, entre outros.

Regra geral, estigmatizados e rotulados, tornados socialmente invisíveis e desconstituídos (e desprovidos) de desejos e necessidades. Quando não ignorados, apenas modestos coadjuvantes da história. Logo, existências e manifestações restritas à esfera privada. Na base de tudo e de todas as adversidades, um sério questionamento dos modelos patriarcais e graníticos da sociedade e a sistemática negativa de assunção de novos sujeitos políticos.

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Porém, o crescente despertar dos sujeitos e a politização da vida privada provocam a iluminação das questões e consequentes polêmicas. São temas habitualmente complicados pelo estado, governos e igrejas, histórica e intrinsecamente conservadores. Tanto na dimensão estatal quanto nos demais planos de organização social, as marcas que persistem ainda são a desigualdade e o preconceito. Sejam de gênero, classe social, orientação sexual ou raça.

A superação exige muito trabalho social e político. Assim, exemplarmente, aconteceu com as questões tocantes às mulheres: planejamento familiar, cuidados e proteção dos filhos, direitos políticos, trabalhistas e sexuais, entre outros.

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E assim será também em relação aos demais oprimidos. É o fim da clássica distinção entre o “dentro” e o “fora”, o “privado” e o “público”. Entretanto, apesar dos largos e consistentes passos, a jornada é árdua e longa. E na amplificação e superação dos conflitos – entre esfera a pública e a privada, e a inter-relação da moral, do direito e da política, tem papel fundamental a imprensa. Assim ensinou o filósofo alemão Jürgen Habermas.

Resumindo, Habermas afirmou que a imprensa, a mídia em geral, é um espaço, é uma arena em que os cidadãos privados se apresentam e se colocam como públicos para debater questões e influenciar processos de decisão política. E que esse local, com certeza, se constitui fora da vida doméstica, das igrejas e dos governos!

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