A venda do tabaco colhido na safra 2015/2016, cuja produção está estimada em 557 mil toneladas nos três estados do Sul (Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina), já está concluída. O preço médio pago ao produtor foi de R$ 9,95 pelo quilo, enquanto na safra anterior foi de R$ 7,13. “O valor é cerca de 40% maior que o do ciclo 2014/2015”, observa o tesoureiro da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Marcílio Drescher. Esse aumento compensou as perdas de produtividade causadas pelo excesso de chuva no segundo semestre de 2015, conforme ele. Para Drescher, no contexto a quantia obtida pelo produtor na venda da última safra também o remunera melhor do que a recebida na anterior.
O tesoureiro da Afubra ressalta que as perdas de produtividade foram acentuadas, mas muito variáveis, conforme cada região e produtor. “Alguns tiveram prejuízos maiores e outros menores.” As exportações brasileiras de tabaco até agora estão equilibradas. De janeiro ao final de julho de 2015, o volume total exportado, em folhas, chegou a 190.174 toneladas. Já em igual período de 2016 foram enviadas para fora do País 187.980 toneladas.
Depois da boa comercialização, o plantio de tabaco do novo ciclo está em andamento. Em torno de 27% da área destinada à variedade virgínia já foi plantada nos três estados do Sul. Na região do Vale do Rio Pardo, o plantio atinge 55% até o momento. A expectativa da Afubra é que o agricultor não aumente muito a área plantada, pois assim evitará oferta maior que a demanda e terá preço bom mais uma vez. “Se aumentar muito a oferta, o preço se tornará menos compensador”, salienta.
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O produtor Joel Junkherr está entre os que já iniciaram o plantio. Como na safra anterior, ele cultivará tabaco numa área de 12 hectares da propriedade localizada em São José da Reserva, interior de Santa Cruz do Sul, da qual já plantou nove hectares. Joel Junkherr e a esposa Alexandra também cultivam milho e soja, mas em menor quantidade e na resteva do fumo. O plantio do tabaco, iniciado por Junkherr em 18 de julho, é feito em quatro etapas, sendo implantadas 50 mil mudas em cada. A medida tem como objetivo facilitar o manejo, pois a maior parte é feita apenas pelo casal. A contratação de mão de obra – cinco pessoas – ocorre apenas para auxiliar na colheita.
Quebra com os temporais
Joel Junkherr destaca que o clima, com calor e umidade, está perfeito para o plantio e o desenvolvimento da cultura. Na safra 2015/2016, ele teve quebra de pouco mais de 20% na produção em razão dos temporais. “Mas em compensação, a qualidade do tabaco colhido foi excelente e a qualidade garante bom preço”, explica. O produtor obteve 2.500 quilos por hectare, enquanto a produtividade normal é estimada entre 3.200 e 3.500 quilos por hectare. Na propriedade, o transplante para a nova safra da cultura deve ser concluído em 14 dias. Sua expectativa, mantendo-se esse padrão de clima, é obter uma boa produção.
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