Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciaram na última terça-feira, 28, o aumento de R$ 0,47 no valor do litro da gasolina e de R$ 0,02 no do etanol. A medida é um retorno parcial da cobrança do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que estavam reduzidas desde maio de 2022, com validade até o fim do ano passado. Em janeiro de 2023, o governo atual havia prorrogado a diminuição de impostos até o fim de fevereiro.
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Caso a reoneração fosse completa, o aumento seria de R$ 0,69 no preço da gasolina e de R$ 0,24 no valor do etanol. Esse índice deve ser aplicado em julho, já que o aumento parcial de impostos vai até junho. O Gás Natural Veicular (GNV) e o querosene de aviação, que também estavam previstos para entrar na reoneração ao fim de fevereiro, foram deixados de fora e têm os preços mantidos pelo menos até o meio do ano.
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Em Santa Cruz do Sul, o aumento do preço nas bombas foi imediato. Já nessa quarta-feira, 1º, os consumidores encontraram os valores mais altos – em alguns postos, o litro chegou próximo dos R$ 6,00.
Profissional do táxi há 20 anos, o motorista Jairo Rauber, de 66, teme que a alta dos preços neste ano se torne insustentável, tanto para quem trabalha com táxi quanto para o restante da população, já que a variação dos combustíveis afeta os preços de praticamente todos os produtos ao consumidor.
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“Não era para subir até 28 de fevereiro, mas aumentou antes disso. Até o fim do ano vamos pagar R$ 10 o litro? Assim está difícil”, diz o taxista. “O dinheiro não tem mais valor. Quando sobe o preço da gasolina, os postos aumentam na hora, mas quando diminui, demoram três ou quatro dias para baixar.”
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A Gazeta do Sul percorreu nessa quarta a área central de Santa Cruz do Sul e pesquisou o preço da gasolina em 15 postos. Na comparação com o levantamento do Procon do dia anterior, cujo resultado está publicado no site da Prefeitura, a diferença na média do valor do litro chegou a R$ 0,65 de um dia para o outro.
Segundo o Procon, o preço médio da gasolina em Santa Cruz no último dia de fevereiro era de R$ 5,15. O valor mais alto pago à vista chegava a R$ 5,19; o mais baixo, a R$ 5,09. É importante considerar que, dos 46 postos de combustíveis da cidade, apenas 17 enviaram os valores para a pesquisa mais recente do Procon.
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No levantamento realizado pela Gazeta na quarta, o preço médio da gasolina ficou em R$ 5,80. O valor máximo, registrado no Centro, foi de R$ 5,99, enquanto o mais baixo foi encontrado em Linha Santa Cruz, com o litro a R$ 5,49. Já o litro do óleo diesel custava em média R$ 5,90, com o preço mais alto a R$ 6,09 e o mais baixo a R$ 5,74 nos 15 estabelecimentos pesquisados na área central.
O agricultor Rafael Luís de Oliveira produz fumo e milho em Linha João Alves, no interior de Santa Cruz do Sul. Conforme Oliveira, os preços altos da gasolina e do diesel fazem muita diferença no fim do mês, pois influenciam na sua produção. “Toda hora sobe e baixa, isso tinha que estabilizar. Está muito caro a quase R$ 6 o litro da gasolina. E o diesel está ainda mais caro”, ressalta.
Ele explica que um agricultor chega a gastar em torno de R$ 700 para encher o tanque do trator. Se ele trabalhar o dia inteiro, em dois dias todo o combustível já terá sido gasto.
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Para o chefe do escritório local do Procon, Marcelo Estula, o consumidor deve prestigiar os postos que são mais transparentes em relação aos preços. A pesquisa do Procon é feita por determinação do Ministério Público, que abriu procedimento para acompanhar a evolução do valor dos combustíveis no município. Estula frisa que os estabelecimentos não são obrigados a enviar os dados sobre os valores para a pesquisa do órgão. Os postos recebem diariamente um link por e-mail. Os próprios comerciantes preenchem uma tabela de valores, que segue para o sistema do Procon.
Uma das queixas mais frequentes dos consumidores é que os postos aumentam o preço na bomba em conjunto com o anúncio do reajuste pela Petrobras. Mas nas poucas vezes em que há redução, mantêm o valor anterior até vender todo o estoque, lucrando tanto com a queda quanto com o aumento do combustível. “A gente entende que, se não teve aumento para eles, não poderiam aumentar sem ter ocorrido um abastecimento do posto com preço novo. E quando baixa, deveria reduzir para o consumidor na mesma velocidade”, diz Estula.
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O Procon informa que, além da pesquisa divulgada no site da Prefeitura, é possível baixar no celular o App da Receita Estadual sobre a Nota Fiscal Gaúcha. O programa recebe dados dos preços dos combustíveis de todo o Estado, alimentado pelas notas fiscais em que os consumidores atrelam o seu CPF à compra.
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