Elevação determinada pela Petrobras e que vale a partir de hoje é a segunda da gestão Silva e Luna, que reduziu a frequência de altas
A Petrobras vai aumentar o preço da gasolina nas refinarias em R$ 0,0935, equivalente a 3,5%, a partir desta quinta-feira, 12, com média de R$ 2,78 por litro. A estatal considera o dólar e o preço do petróleo no mercado internacional para definir o reajuste. Mesmo com a elevação de juros pelo Banco Central e a injeção de dólares pelo governo dos Estados Unidos no mundo, as incertezas políticas e econômicas do Brasil dificultam uma valorização do real frente ao dólar. No caso do petróleo, há uma tendência de queda com o aumento da produção mundial a partir de agosto, por força do acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
O repasse para o consumidor final depende de uma série de questões, como impostos, margens de distribuição e revenda e misturas de biocombustíveis. No mês passado, o preço da gasolina já havia subido R$ 0,1571. O general Joaquim Silva e Luna assumiu a Petrobras em abril e garantiu a manutenção da política de paridade internacional.
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De acordo com o sócio-administrador dos postos Shopping Car, Roberto Ruschel, o mercado vive um momento complicado, com redução do volume ofertado e aumento sucessivo nos preços. “O preço por litro passa dos R$ 6,00, mas a nossa participação é mínima. Temos muitos custos nas taxas de operações financeiras, no frete e no imposto. O impacto é muito grande no segmento”, destacou.
Proprietário de dois postos, Matheus Smidt afirma que os aumentos surpreendem os empresários. “Vem de um dia para o outro. Publicam o aumento de manhã e compramos o combustível com preço novo ao meio-dia. Ainda tem a nova MP. Vamos ter que aguardar para ver o que vai acontecer”, comentou.
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O governo federal anunciou nessa quarta-feira, 11, a publicação de uma medida provisória que permite que produtores e importadores de etanol hidratado possam vendê-lo diretamente aos postos de combustíveis, sem ter de passar pelas distribuidoras. As mudanças encontram resistência e já foram parar inclusive no Judiciário. Apostando em aumento da competição, o governo chegou a projetar redução de R$ 0,50 no preço do litro da gasolina ao consumidor. No entanto, essa expectativa é muito subjetiva.
O secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, José Mauro Ferreira Coelho, afirmou que a medida provisória promove a abertura do mercado e o aumento da concorrência, com potencial redução do preço dos combustíveis, gerando benefícios ao consumidor. “O produtor ou o importador poderá vender o etanol diretamente ao posto e esse chegará ao consumidor final. Com isso, teremos aumento da concorrência, com potencial redução do preço dos combustíveis, o que traz importantes benefícios ao consumidor brasileiro”, afirmou.
O presidente Jair Bolsonaro voltou a cobrar uma decisão sobre o projeto de lei que propõe mudanças no cálculo do ICMS – tributo estadual – sobre os combustíveis. “Não basta isso daqui, não é uma garantia, com todo respeito, que vai baixar o preço do etanol daqui a meses. Temos a questão do ICMS. Tem emenda constitucional de 2001 que diz que o valor do ICMS tem que ser nominal para cada tipo de combustível. Temos projeto que teve problemas na Câmara, entra ‘lobby’ dos governadores. Nossa proposta não visa tirar dinheiro de governadores. Cedemos para que cada Estado fixe o valor nominal do seu ICMS”, declarou.
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