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CONSCIÊNCIA

Precisamos falar sobre o clima

Foto: Alencar da Rosa

Professor do Departamento de Ciências, Humanidades e Educação da Unisc, João Pedro Schmidt reflete sobre o cenário climático atual

A catástrofe das enchentes ocorridas no Rio Grande do Sul ao final de abril e ao longo de maio pairam como um cenário de fundo para qualquer reflexão em torno do comportamento do clima no planeta. E é nesse contexto que o professor universitário santa-cruzense João Pedro Schmidt, vinculado ao Departamento de Ciências, Humanidades e Educação da Unisc, lançou um novo livro, que deixa entrever já no título seu olhar teórico sobre a questão.

A obra Mudanças climáticas: por que o mais grave problema da humanidade não se tornou o problema político nº 1? sai sob o selo da Edunisc, que retoma, assim, seu espaço no ambiente editorial gaúcho, no qual teve ampla proeminência. O exemplar, de 318 páginas, pode ser encontrado em livrarias (está na Iluminura, por exemplo) e junto à editora, a R$ 50,00.

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O autor promoveu lançamento ao final de julho em Santa Cruz e participou ainda de sessão de autógrafos em Porto Alegre, na Fundação Ecarta. Schmidt salienta que a versão digital pode ser acessada gratuitamente, bastando, para isso, fazer download a partir do ambiente virtual da Edunisc.

Lançando mão de amplo recorte de dados técnicos e científicos, atualizados, João Pedro aponta os efeitos negativos evidentes do modo de vida (de exploração e de consumo) contemporâneo sobre o meio ambiente e os recursos naturais. Mas, ao lado desses reflexos, tão nocivo quanto (ou até mais) mostra-se a inexistência ou a ineficiência de uma ação ou uma atuação política (em diferentes regiões ou mesmo em sentido macro.

A conclusão é forte: se (ainda) não se tornou o problema político no 1, o clima precisará se elevar a essa condição. Até porque, ao ritmo atual, todas as demais demandas tendem a ficar em segundo plano (como os gaúchos, aliás, puderam experimentar).

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“As falas cuidadosas de antes não produziram o senso de urgência indispensável a uma vigorosa ação global visando frear o desequilíbrio climático. A comunicação direta, mas didática, aos cidadãos, às lideranças e aos formadores de opinião sobre a gravidade do quadro mundial, sobre por que e como chegamos a este ponto e o que podemos fazer diante do alerta final – expressão difundida por James Lovelock (2016) – é o único caminho para criar o senso de urgência necessário à criação de um ambiente propício às grandes mudanças no modo de vida humano. Comunicação direta sem exageros catastrofistas, pois, como lembra Michael E. Mann (2021), os exageros são desnecessários (o quadro é grave o suficiente) e podem conduzir ao efeito contrário – a inação. (…) Organizações independentes de pesquisa climática em todo o mundo (…) mantêm conjuntos de dados de longo prazo das temperaturas globais da Terra e dos oceanos. (…) Os dados não permitem qualquer dúvida: o aquecimento do planeta é indiscutível.”

Um caminho sem volta

A obra voltada às mudanças climáticas dá seguimento à produção do professor e cientista social e político João Pedro Schmidt. Anteriormente, abordara temas associados à vida em comunidade, a políticas públicas e cooperação. Mestre em filosofia e doutor em ciência política pela Ufrgs, com pós-doutorado pela The George Washington University, nos Estados Unidos, leciona e pesquisa na Pós-Graduação em Direito, Mestrado e Doutorado, da Unisc.

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A apresentação do livro é assinada pelo doutor em meteorologia Carlos Nobre, coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT). “Os eventos extremos não têm mais volta. Tornaram-se frequentes em todo o mundo. Vão continuar acontecendo seguidamente, provocando perdas humanas, queda de produtividade e da agricultura, problemas de abastecimento de água, fortes impactos nas cidades e no meio rural e impactos perigosos nos ecossistemas e na biodiversidade”, frisa.

E adverte: “Torna-se essencial acelerar a implantação de soluções de adaptação a estes extremos e ao mesmo tempo acelerar as transformações para atacar as causas de emissões, que são principalmente a queima de combustíveis fósseis e o uso das terras, aí incluindo o desflorestamento e a agricultura e a pecuária convencionais. As soluções existem, mas a sua implantação está muito lenta”.

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É sobre essas soluções, e sobre a urgência na implementação, que o livro de Schmidt lança luz.

Mudanças climáticas: por que o mais grave problema da humanidade não se tornou o problema político nº 1?, de João Pedro Schmidt. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2024. 318 p. R$ 40,00.

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