Depois de quatro anos sem pisar na areia, finalmente, na sexta-feira, fui para Capão da Canoa até segunda-feira. Foram apenas quatro dias, afinal, não convém exagerar, como ficar dez ou 15 dias assim, de sopetão. Apesar do pouco tempo, foi possível constatar que algumas coisas mudaram; outras, porém, permanecem exatamente iguais.
O que mudou – e para melhor! – foi a água do mar. Está verde, aquecida e sem algas. Cenário perfeito, convidativo para banhos frequentes, da manhã à tardinha. Panorama bastante diferente do “Nescau” gelado que costumava marcar o verão gaudério de anos anteriores, motivo de muitas críticas no comparativo com a orla catarinense.
Eu e a minha mulher somos “ratos de praia”. Vamos por volta das 10h30, estendendo a permanência na areia até às 18/19 horas. Lá pelas 15 horas, alguém sempre volta ao apartamento – que em Capão ficava a quatro quadras da praia – para preparar um lanche. Pode ser uma verdadeira farofada, com linguiça calabresa, ovo cozido, pepinos picados ou mesmo sanduíches de cacetinho com salamito e queijo, preparados no capricho.
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Não faço a mínima ideia dos preços à beira-mar. Tudo, mas tudo meeeesmo, levamos de casa: chimarrão, cerveja, água mineral, refri, lanches, biscoitos. A exceção eram as cadeiras dobráveis, ao custo de 10 reais o aluguel pelo dia todo, porque o apartamento alugado dispunha de apenas uma.
O que não mudou é a rotina dos dedicados salva-vidas da Brigada Militar, que passam o dia a soprar apito para que os marmanjos saiam do fundo do mar. De 17 de dezembro até segunda-feira passada foram 957 salvamentos, dos quais 241 apenas no último fim de semana. Algo explicável apenas pela estupidez humana, através de gente que insiste em fazer exibições de natação.
Na freeway, continuaram as ultrapassagens absurdas na segunda-feira de manhã. Andar “colado” no carro da frente, usar os acostamentos, fazer sinal de luz para xingar o motorista mais lento e até buzinar são rotina dos malucos ao volante. No final de semana foram mais de 7 mil multas por excesso de velocidade.
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Foi um período de descanso, de jogar conversa fora com estranhos. A beira-mar é um lugar democrático, onde as relações acontecem espontaneamente e são marcadas pelo descompromisso. Espero não demorar outros quatro anos para curtir a praia. É ótimo para recarregar as baterias!
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