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Praças vazias e supermercados cheios em Santa Cruz

Diante de um cenário atípico, a possibilidade de disseminação do novo coronavírus impôs uma nova realidade ao público que gosta de atividades ao ar livre. Mesmo com o clima agradável do fim de semana, as praças de Santa Cruz do Sul, tradicionais pontos de encontro para bate-papos entre amigos e familiares, foram evitadas pela maioria das pessoas. A reportagem da Gazeta do Sul percorreu os pontos que normalmente contam com aglomerações e constatou uma diminuição considerável no público.

Acostumado com o movimento de uma das principais esquinas de Santa Cruz, costeando a Praça Getúlio Vargas entre as ruas Marechal Floriano e Ramiro Barcelos, o santa-cruzense Araí de Oliveira, de 59 anos, sente os efeitos do distanciamento social causado pela pandemia do novo coronavírus. Há 40 anos trabalhando como taxista, ele afirma jamais ter visto uma situação como a que vem acontecendo nas últimas semanas.

“Está tudo parado. Não se vê ninguém na praça. Nessa manhã, fiz uma corrida só”, disse o morador do Bairro Bom Jesus, que normalmente garantia de cinco a sete transportes de pessoas durante o mesmo período, antes da quarentena. O alento veio nos últimos dias.

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A campanha de vacinação contra a gripe, que permitiu que idosos tomassem o medicamento junto à Casa da CDL, garantiu um retorno, ainda que mínimo, ao motorista. “O atendimento nos bancos nessa semana, após o pagamento aos funcionários, também fez ‘respingar’ algo pra nós, mas longe do normal. Semana que vem para tudo de novo.”

Sem corridas para fazer, as horas ociosas são bem preenchidas por seu Araí. Com a sua Gazeta do Sul à mão, ele fica informado sobre a situação da pandemia e preenche as palavras cruzadas veiculadas na página Passatempo do jornal. “Estou sempre exercitando a mente com as cruzadinhas”, comentou. “Vamos torcer para isso aí passar logo e abrir tudo de novo.”

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Com menos movimento, o taxista Araí de Oliveira recorre à Gazeta do Sul para se informar e exercitar a mente com as cruzadinhas

Semana Santa movimenta estabelecimentos
Ainda que o isolamento seja o mais indicado no momento, a quebra da rotina afeta o profissional autônomo Adriano Antunes de Almeida, um dos poucos a cruzar a Praça Getúlio Vargas na tarde de sábado. “Eu não consigo perder meu ritmo. Já não posso trabalhar, e só ficar dentro de casa não dá, por isso que saio vez ou outra pra dar uma caminhada”, ressaltou o santa-cruzense, que possui uma firma de pinturas, fechada em razão dos decretos municipal e estadual que proíbem tal atividade.

Paralelo à falta de pessoas nas praças, a poucos dias da Sexta-Feira Santa e da Páscoa, os supermercados de Santa Cruz – um dos poucos serviços abertos por completo dentro dos considerados essenciais pelos decretos municipal e estadual – registraram uma grande concentração de pessoas. Em um dos estabelecimentos, na Avenida Independência, a movimentação foi significativa. O local, no entanto, adotou medidas para assegurar a entrada de um número limitado de pessoas. Nos caixas, também estava demarcada a distância a ser respeitada pelos clientes.

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A poucos dias da Páscoa, supermercados registraram um alto índice de clientes

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