O Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Compir) realizou nesse sábado, 3, a Conferência Municipal do Povo de Terreiro. O encontro, no auditório do bloco 18 da Unisc, possibilitou o debate sobre três eixos temáticos: violências históricas, desigualdades estruturais; afrocentricidade, etnodesenvolvimento; e valores e perspectivas para a descolonização da democracia.
A partir das discussões sobre essa pauta, foram elaboradas proposições que, segundo a presidente do Compir, ialorixá Vera Lúcia da Silveira, devem guiar a elaboração das políticas públicas destinadas ao respeito à diversidade religiosa e racial. No encontro, também foram definidos os delegados que irão representar o município na Conferência Estadual, em setembro.
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Entre as atrações da conferência, houve explanação sobre a capoeira, a partir da palestra do mestre do Grupo Internacional de Capoeira Oxosse, Carcará. Ele falou sobre essa prática, criada nas senzalas como forma de defesa e que passou a ser considerada dança. “Foi uma apresentação, em roda de capoeira, que permitiu conhecer de forma ritualística a liturgia da capoeira, que está vinculada às religiões de matrizes africanas”, afirma Vera.
Além de Carcará, crianças que integram projeto do Templo de Umbanda Pai Ogum Beira-Mar e Mãe Oxum fizeram demonstração. “Esse projeto iniciou há anos e temos 25 crianças, que recebem alimentação e reforço na educação, além de aprenderem inglês como uma segunda língua”, explica Pai Antônio, que é o sacerdote do templo. Acrescenta que a prática da capoeira lhes ensina a ter respeito e disciplina que vão levar a sair da situação de vulnerabilidade.
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Leis devem ser cumpridas
Em uma das conversas durante o dia, Pai Antônio enfatizou que, além de serem criadas, as leis que tratam sobre a igualdade precisam ser cumpridas. “Direitos todos temos, mas é preciso maior presença do setor público. Não queremos privilégios, queremos é igualdade; entendemos que um cidadão, para ser do bem, não precisa usar branco, como a gente faz, mas deve ter boa índole”, frisa.
Ele aponta a falta de conhecimento e o preconceito com os rituais das religiões de matrizes africanas. “Estamos há mais de 400 anos aqui e o que buscamos é respeito. Se não tivesse preconceito, estaríamos encaminhados”, resume.
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