A primavera começa às 11h21 desta quinta-feira, 22, com previsão de menor volume de chuva e temperaturas abaixo da média para o período. Mas em Santa Cruz do Sul parece que a nova estação já começou há mais tempo. Os canteiros estão repletos de flores. Foram plantadas petúnias, begônias, hortênsias, azaleias, cravinas, amores-prefeitos, bocas-de-leão, alegrias-de-jardim e amendoim forrageiro, que proporciona uma cobertura verde e desempenha um papel de proteção contra ervas daninhas.
“Foram 90 mil mudas plantadas. Pedimos à população um auxílio na preservação. Em alguns pontos, mudas são roubadas. Queremos uma cidade cada vez mais florida e mais bonita”, diz Martin Duering, diretor do Departamento de Melhorias Urbanas da Prefeitura de Santa Cruz do Sul.
A pesquisadora em agrometeorologia da Fepagro, Bernadete Radin, aponta que a primavera será de neutralidade, após prognósticos anteriores indicarem um quadro de La Niña. “A tendência é de temperatura abaixo da média. O céu terá poucas nuvens e, com isso, o aquecimento do dia não ficará retido, o que ocasionará noites mais frias. Temos estudos de 50 anos que nos possibilitam afirmar que, em anos de neutralidade, há escassez de chuvas. Em 2016, teremos volumes abaixo da média, principalmente em novembro”, explica.
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O inverno foi diferente ao costumeiro, o que vai refletir em condições incomuns também na primavera. “Tivemos um inverno atípico. No ano passado, a chuva e o frio ficaram restritos à Região Sul. Neste ano, as frentes frias avançaram a outras regiões, desde maio. Atravessamos um período de modificação. Com isso, teremos frio com cara de inverno até o final de outubro, mas com frequência e força menores”, explica o meteorologista da Climatempo, Alexandre Nascimento.
Ruim para os grãos, bom para o fumo
Na agricultura, Bernadete Radin adianta que não será um período favorável para a safra de grãos. “O histórico indica que as três piores quebras do milho aconteceram em anos neutros, assim como duas quebras da soja. Para essas culturas, um quadro de poucas chuvas na primavera não favorece. O agricultor deve escalonar a época da semeadura e trabalhar na conservação do solo, para que possa reter mais água”, orienta.
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Já para os fumicultores as notícia são boas. Conforme o técnico especialista em fumicultura Iraldo Backes, as características são favoráveis ao tabaco. “Há expectativa para uma grande safra. O tempo seco favorece a qualidade e a produtividade. É ruim somente quando temos um quadro de forte estiagem, o que não é previsto”, diz.