Parece que o etanol evaporou das bombas dos postos de combustíveis de Santa Cruz do Sul. São poucos os estabelecimentos que ainda oferecem ao cliente a opção de álcool. Conforme levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), dos 11 postos consultados, somente três ainda vendem o produto. Da mesma forma, são poucos os consumidores que ainda procuram por essa alternativa.
O motivo é o preço alto. Ao mesmo tempo em que a gasolina ficou mais barata, o preço do etanol aumentou e já não compensa mais utilizá-lo em carros bicombustíveis. Para valer a pena usar o etanol, o litro deve custar no mínimo 70% do preço da gasolina. Porém, em Santa Cruz, o preço do litro de álcool superou o da gasolina. De acordo com o levantamento da ANP, o valor do etanol varia entre R$ 0,10 e R$ 0,20 a mais do que o da gasolina.
Conforme o diretor do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro) do Vale do Rio Pardo, Sérgio Moralles, a dificuldade para manter o preço em conta é encontrada em estados que não têm usinas produtoras, como é o caso do Rio Grande do Sul.
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De acordo com Moralles, o álcool é trazido das usinas de Minas Gerais, Paraná e São Paulo. “Só nesse movimento, o frete de cada litro é de R$ 0,40, valor que é revertido para o consumidor”, explicou, lembrando que ainda existe o acréscimo do ICMS, também maior do que em outros estados. Na opinião de Moralles, é mais provável o fim da venda de etanol em todos os postos do que a redução dos preços.
Quem compra?
Aqueles que ainda compram etanol atendem a dois perfis: proprietários de carros antigos que só funcionam com esse combustível e funcionários de empresas que recebem desconto em impostos pelo uso do álcool.
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Segundo o gerente de um posto do Centro de Santa Cruz do Sul, Luis Paulo Silva, a única vantagem do etanol é o menor impacto sobre o meio ambiente. “O preço está mais alto e a quilometragem média é inferior, pois o álcool consome mais rápido”, disse.
Os anos de ouro
O etanol é consumido no Brasil como combustível, em uma iniciativa pioneira, desde 1925. Mas foi a partir da década de 1970 que o biocombustível ganhou mais espaço. O motivo foi o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), criado pelo governo federal, que incentivou refinarias, montadoras e consumidores. No entanto, hoje, o álcool já não representa economia como há quase cinco décadas.
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