A crise energética, causada pelos baixos níveis dos reservatórios nos pontos de geração em todo o País, e a possibilidade de apagões no período mais quente do ano reacenderam o debate sobre o retorno da Hora Brasileira de Verão. A intenção é ampliar o período com iluminação solar em horário comercial, demandando economia, que pode chegar, de acordo com o Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura da Fundação Getúlio Vargas, em momentos de pico, a 3%.
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Na média, acredita-se que a sua instituição nos estados do Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Distrito Federal tenha motivado diminuição de 0,5% no consumo. O Ministério de Minas e Energia, no entanto, justifica a decisão de encerramento desse mecanismo, por decreto do presidente Jair Bolsonaro, pelo seu baixo impacto. O governo calcula, inclusive, que houve ampliação dos gastos em 0,7%, devido aos novos hábitos dos brasileiros, como a maior utilização de equipamentos, como o ar-condicionado.
Opiniões
Enquanto o governo federal avalia os pedidos de retorno do horário de verão, as opiniões se dividem em Santa Cruz do Sul. Proprietário da Bino Colchões, Luiz Felipe Bald acredita que é mais positivo pelo bem-estar da equipe do que pelos números para a empresa. “Em relação ao negócio não muda, mas o pessoal pode relaxar, aproveitar mais o dia, após a saída do trabalho”, justifica.
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A auxiliar administrativa da Joalheria Kothe, Luana Kothe, concorda com Bald. “Acredito que para o comércio não interfira em nada, porque a principal mudança do horário de verão é que nos permitia aproveitar mais a claridade natural do dia com, por exemplo, atividades ao ar livre, pois escurecia mais tarde”, explica.
Luana avalia que pode ser positivo para a rede gastronômica ou em shoppings. Isso é percebido na Miller Pães e Doces. A proprietária Mari Carla Fiuza vê o público buscar o espaço em horário mais ampliado. “Acaba refletindo no comércio, com as pessoas aproveitando mais os produtos.”
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Rosana Beatriz Glesse, da Cucas da Rosana, diz ter conversado com sua equipe sobre essa possibilidade. “Chegamos à conclusão de que não é bom, porque o pessoal da equipe que vem cedo acaba cansando mais, porque dorme menos. Então, para nós não é muito bom.”
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Para Márcia Parnow, da Arty Casa, a opção é interessante, porque amplia o período de circulação das pessoas. “O público costuma circular mais e o dia se torna mais longo”, justifica. Essa é a opinião do safreiro Bruno Elias Ernes. “A gente pode chegar em casa e fazer alguns serviços, reservando o fim de semana para o descanso.” Enquanto Ernes usava a “hora a mais” para as atividades, o industriário Alcir de Campos entende como um momento a mais para aproveitar o lazer, após a saída do trabalho.
A aposentada Zulmira Kich levanta uma preocupação em relação a quem deve acordar cedo, especialmente as crianças que vão para escola. “Se foi feito algo de positivo foi o encerramento desse horário de verão, principalmente para as crianças, que devem levantar cedo. Acabam ficando mais cansadas. Não entendo o porquê de existir especialmente em estados como o nosso, se não é implantado em outras partes do País”, comenta.
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Clubes aprovam
Os clubes apontam dois motivos como incentivadores ao retorno do horário de verão. O primeiro é a possibilidade de maior aproveitamento das estruturas, como piscinas, quando os protocolos sanitários autorizarem. “Permite que nossos sócios saiam do trabalho e ainda consigam desfrutar da sede do clube. Estamos lançando campanhas de atração de sócios, tanto para o basquete quanto para o clube, e isso seria muito bom”, frisa o presidente do União Corinthians, Marco Jardim.
Já o gerente do Tênis Clube Santa Cruz, Fernando Agnes, acrescenta o fator econômico, além do maior tempo de uso das áreas de lazer e esportes. “Nossas quadras são iluminadas. Com horário de verão, podemos aproveitar uma hora a mais com a luz do dia, sem a necessidade de acionar a iluminação artificial. É bom para o associado e é bom para o clube.”
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