O coronavírus é apenas uma, altamente inquietante, ameaça com a qual a sociedade está tendo de lidar. Risco à saúde, risco de morte, desmantelo da infraestrutura básica e dos serviços essenciais, interrupção nas atividades econômicas, desemprego, fome, miséria, desigualdades sociais intransponíveis, insegurança, rancor, racismo, intolerância, disseminação de notícias falsas: a lista das questões com as quais ocupar a mente é longa, e crescente.
Não parece que a humanidade ingressou num amplo e abrangente processo de DR, uma espécie de discussão de relação coletiva? A exaltação dos ânimos e a polarização de ideias, pensamentos e opiniões (e, por extensão, de ações) confrontam o mundo com posicionamentos irredutíveis, quase inconciliáveis. Logo, sem poder de síntese ou sem calmaria à vista. No Brasil e no planeta, no meio de toda a angústia e das perdas acarretadas pela pandemia, lideranças e tomadores de decisão parecem habitar uma bolha. Na qual só eles, e mais ninguém, com seus grupos, seus toscos e nocivos jogos de poder e de bravatas, importam e interessam. E é isso, esse discurso do “eu, eu, eu”, que em nada auxilia e em nada importa à sociedade. Não foi para que políticos falem deles próprios, ou para que se ocupem deles próprios, que foram eleitos, escolhidos. Foram eleitos para, justamente, esquecer por completo de si próprios e pensarem única e exclusivamente no todo, pois é pelo todo, pelo conjunto da sociedade que os elegeu, que devem zelar.
E é porque a rotina atual é marcada pela polarização, pelo conveniente “nós” contra o “eles”, que a corrupção (não só de recursos; também de valores morais, ética, justiça) é tão endêmica. E é essa uma razão pela qual o papel da imprensa, do jornalismo, segue tão sério, vital. Os leitores já repararam que quando um governante ataca a imprensa, os veículos de comunicação, é porque estes, ao mostrarem o que está ocorrendo, estão “atrapalhando” um projeto, o “seu” projeto, e o de seus grupos? Desde que o mundo é mundo, quando um governante ataca a imprensa, é porque não quer que algo seja revelado. Logo, que tem algo a ocultar. Já o papel da imprensa é zelar pela transparência, e em todas as áreas sociais.
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E é por seguir divulgando, com seriedade e imparcialidade, o que ocorre, em todas as instâncias, que a atuação da Gazeta se pauta. Por isso, nesta semana, nos sentimos gratificados pela confirmação de que a Gazeta do Sul é uma dentre 28 organizações de imprensa referenciais no Brasil selecionadas para a nova etapa do Projeto Comprova, coordenado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Esses veículos, pela atuação de suas equipes e por sua orientação editorial, buscam combater a desinformação e a disseminação de notícias falsas em todas as plataformas. E o leitor bem sabe que as notícias falsas, em ambientes de mídias sociais, são um inço a corroer a saúde e a alma em sociedade nos dias atuais. A Gazeta, em parceria com a sua comunidade, com os seus leitores, está engajada no esforço por um mundo mais sadio, e mais saudável. Mais humano.
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