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Por tudo e apesar de tudo

Porque me duele si me quedo
Pero me muero si me voy,
Por todo y a pesar de todo, mi amor,
Yo quiero vivir en vos

Tomo emprestados esses versos da música tão bem interpretada por Mercedes Sosa para, com todas as vênias, declarar meu amor incondicional ao Rio Grande do Sul. Aqui aportaram meus antepassados, em busca de novas oportunidades. Durante alguns tempos, até pensei em me mudar para outros países. Tive minha febre pueril por Santa Catarina com suas águas, feriadões, reikis, refúgio de inconstâncias, deslumbramentos, ausências de amanhãs severos. Tudo muito lindo, mas sempre algo me puxava para a concretude do dia a dia ( agora me lembrei de Karel Kosik, A dialética do concreto) com suas lutas,  suas geadas, suas ressolanas, fragor de secas, sobrevivência digna e não só lúdica. 

Aproveitei a vida e as oportunidades. Conheço países das três Américas, morei na Alemanha, conheço quase toda a Europa, viajei por alguns países do Norte da África. Haverá Estado mais caluniado que o nosso, em nosso próprio país? Nos chamam de “ viados” e até erram a grafia. Dizem que nossas águas marinhas são de chocolate (como se  fosse sujeira e isso hoje não é mais verdade pois há anos que se mostram cristalinas, em geral), que somos palhaços usando bombachas, que nossa música é ininteligível.

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Hoje,  debaixo da prata dos meus cabelos, proclamo que, conquanto tivesse bala para morar na Europa, em Punta ou num iglu, nem por nada troco o Rio Grande do Sul.

Criminalidade? Coisas da vida. Um dia vai ter que melhorar, desde que se enfrente o problema da procriação irresponsável de filhos, com humanidade e sabedoria, se organize melhor a saúde, não se use assistencialismo para cooptação de votos e se removam esses terríveis entraves para os empreendedores. Crise? Mas aqui, se você trabalha e tem competência, dá para vencer.

Creio que em breve o Estado não atrapalhará tanto o empresário com seus tentáculos burocráticos e não haverá tanta intervenção judiciária no nosso cotidiano. 

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Somos vítimas de um sistema arrecadatório de tributos e de isenções, que nos sufocam em prol de um centralismo corrupto e nefasto. Não que proclame a secessão. Mas a verdade é que muito pouco recebemos do Governo Central em retribuição pelo que enchemos as mesas de comida, com nosso agronegócio e agricultura familiar.

Penso, portanto, que, apesar de  nossa precária segurança, aos poucos vai se fazendo limpeza na corrupção, o povo está mais atento e isso implicará em mais destinação de verbas a serem gerenciadas por gestores probos.

E, como se fala na campanha, às vezes há que se deixar parte do pelego na cerca, para poder prosseguir e avançar.

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