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Economia

Por que os cheques estão sumindo?

Faz sete meses que um posto de combustíveis no Centro de Santa Cruz informa aos clientes que deixou de aceitar cheques. Assim como o estabelecimento, outras filiais da mesma rede vêm suspendendo essa forma de pagamento há mais de um ano. O motivo, segundo a gerente Andrea da Silva, está ligado ao crescente número de cheques devolvidos por falta de fundos. “No início do processo, ainda em 2014, passamos a aceitar somente daqueles que eram cadastrados na loja. Hoje nem isso é possível oferecer”, explica.

A medida tomada pelo posto vai ao encontro da última pesquisa do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), que aponta queda de 13,8% na movimentação das folhas. O estudo avaliou os últimos dez anos. Conforme o presidente do Sindilojas, Mauro Spode, hoje mais de 50% das lojas no município prefere o cartão de crédito/débito ao cheque. “Percebo que até mesmo promoções estão direcionadas ao cartão e sequer mencionam o cheque.”

O crediário também configura uma opção muito adotada pelos lojistas em alternativa aos cheques. Conforme o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Santa Cruz, Lauro Mainardi Júnior, por tratar-se de uma compra mais segura, já que para obter o carnê é preciso fornecer muitos dados, o crediário ainda possibilita que o cliente retorne todo mês à loja. “É uma oportunidade para que o consumidor possa comprar novamente.”

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Na visão de Mainardi, é compreensível a crescente restrição a esse sistema, pois é uma forma de pagamento desprotegida. “O mais complicado é que nestes tempos de crise, as pessoas que já estouraram o limite do cartão se valem do cheque sem fundos para comprar. Por isso a importância de as lojas criarem um procedimento de pesquisa antes de aceitá-lo.” É por essa razão que diferentes segmentos já adotam o mesmo sistema do crediário para a aceitar os cheques. 

Segundo a gerente da loja Dullius em Santa Cruz, Daiana Sackser, antes de aceitar a folha são coletados os mesmos dados para a abertura de uma conta. “Pedimos RG, CPF, comprovante de renda e residência, pois neste processo também estamos concedendo um crédito”, explica. A forma de pagamento mais utilizada, segundo o presidente da CDL, é o cartão de crédito, por questões de facilidade e até mesmo segurança, seguida do dinheiro.

Inadimplência sobe 91% em Santa Cruz

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O aprofundamento da crise econômica no País provocou um salto na parcela de consumidores inadimplentes em Santa Cruz do Sul. Conforme levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), somente em novembro 1.454 pessoas foram incluídas no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). O número é 91,8% superior ao do mesmo período do ano passado, quando 758 nomes foram adicionados ao sistema. Ainda assim, o período que mais concentrou dívidas foi outubro de 2015, quando, segundo o SPC, 2.215 novos débitos constavam no sistema.

SEUS DIREITOS

Se de um lado os lojistas podem estipular certas restrições, de outro os consumidores também podem e devem exigir os seus direitos. Conforme  a plataforma Apoio Jurídico, que oferece suporte por meio da assistência de mais de 65 mil profissionais, há uma série de cuidados que devem ser tomados. Confira.

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Pagamentos com cheques

Qualquer estabelecimento comercial aceita cheques por liberalidade, não sendo obrigado a isso. Contudo, se a loja aceitá-los, não poderá fazer restrições com relação a cheques de contas recentes. As lojas também não são obrigadas a receber cheques de terceiros, de outras praças ou administrativos. Se comprar com pré-datados, faça todos nominais ao estabelecimento, colocando as datas de acordo com o que foi acertado. Exija a anotação dos cheques, valores e datas na nota fiscal para ter documentado no caso de o lojista depositar antes do vencimento.

Compras com cartões

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O lojista não pode estabelecer um valor mínimo para a compra com cartão de crédito ou débito nem pode cobrar valores diferentes dos anunciados. No caso de cartões, a loja também não é obrigada a fazer parcelamentos.

Não esqueça do Código do Consumidor

Sempre que houver qualquer dúvida com relação a compras, acesse o Código de Defesa do Consumidor. No caso de reclamações não atendidas pelo lojista, a orientação é procurar o Procon munido de todos os documentos referentes à compra efetuada.

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* www.juridicocerto.com

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