O preço do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP, ou gás de cozinha) vem registrando expressiva alta em Santa Cruz do Sul nos últimos meses. Conforme pesquisa realizada regularmente pelo Procon, o botijão de 13 quilos saltou de R$ 85,00 em novembro de 2021 para R$ 105,00 em abril deste ano, considerando os valores mais baixos verificados em cada uma das pesquisas. Apesar do aumento, o valor ainda é mais baixo do que a média nacional, que ficou em R$ 113,00 em abril, conforme a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Chama a atenção, contudo, que a elevação de 24% é muito superior à inflação no período – de 4,88% segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE). Em março, a Petrobras anunciou um “superaumento” de 16% no preço do GLP, e em abril houve redução de 5,6%. De acordo com a estatal, essas mudanças ocorrem em função do valor do petróleo no mercado internacional e da variação do dólar.
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Esses critérios compõem o chamado Preço de Paridade de Importação (PPI), política implementada em 2016 e que permanece em vigor. Ela se baseia nos custos de importação – que incluem transporte e taxas portuárias – como principais referências para o cálculo dos combustíveis. Além disso, a variação do dólar e do barril de petróleo tipo Brent também tem influência direta no cálculo. Ainda segundo a Petrobras, a guerra na Ucrânia é mais um fator que impacta o mercado internacional e gera reflexos no Brasil.
Para economizar na hora da compra, uma velha dica continua válida: pesquisar os preços entre os vários revendedores disponíveis no município. Para quem não tem tempo para isso, o Procon disponibiliza semanalmente uma pesquisa de preços que pode ser consultada livremente pela internet. Na última, feita no dia 29 de abril, a diferença entre o estabelecimento mais barato e o mais caro era de R$ 5,00. Na lista também é possível consultar os valores com telentrega, cuja diferença entre o mais barato e mais caro chegou a R$ 8,00. O endereço é santacruz.rs.gov.br/proconpesquisa.
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Além do impacto no orçamento das famílias, o aumento do gás causa efeitos no comércio. Conforme Roberto do Nascimento e Silva, presidente da Associação dos Bares, Restaurantes e Similares de Santa Cruz do Sul (Abrescs), os reflexos variam conforme o tipo de atividade exercida pelo estabelecimento (bufê ou à la carte) e se a cozinha usa equipamentos a gás, elétricos ou um misto deles. No caso dos que usam o gás como principal combustível, o jeito é adequar o cardápio e buscar outras soluções para driblar os custos, pois repassar o aumento integral ao consumidor é inviável por questões de competitividade.
“Acaba acontecendo que a margem de lucro, que já é baixa, reduz ainda mais. Dependendo da operação, fica complicada até a sustentabilidade do negócio”, afirma. Para Roberto, os empreendedores precisam conhecer suas realidades e possibilidades para entender como trabalhar com a elevação dos custos. “Se pegarmos a inflação e os impostos, o gás não é o vilão, ele é só mais um produto dos restaurantes que está subindo. E não é possível repassar esses valores.”
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