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Por que o número de incêndios em estufas de fumo cresceu?

A chegada do verão é aguardada sempre com muita expectativa pelas famílias produtoras de tabaco no Rio Grande do Sul. Afinal, é durante este período que a colheita tem andamento e é finalizada na maioria das propriedades. O que está tirando o sono de muitos agricultores, entretanto, é o passo seguinte: o armazenamento, cura e secagem do produto. As altas temperaturas, somadas a alguns descuidos, resultam em incêndios nos fornos de estufas.

De uma hora para outra, toda a produção pode ser perdida por conta das chamas, trazendo enormes prejuízos para as famílias. Na área de abrangência dos Bombeiros Voluntários de Sobradinho, que abrange seis municípios, já ocorreram 15 incêndios em estufas desde o final do ano passado. Um número considerado alarmante pelo presidente da corporação, Gerson Schirmer. Afinal, iguala o mesmo número do ano passado, em toda a safra.

Em entrevista ao Giro Regional dessa quarta-feira, 23, Schirmer afirmou que todos os argumentos possíveis já foram utilizados para ajudar na prevenção de incêndios em estufas. “Mas, pelo que percebemos, isso se tornou utopia, pois não está resolvendo muita coisa. Todo ano é a mesma história”, lamenta ele. As estatísticas, de fato, não mentem. Por isso a preocupação é crescente na região, que tem na fumicultura uma de suas principais bases econômicas.

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Uma das principais recomendações que são seguidas pelos produtores é o uso de uma tela de proteção, o que não vem impedindo o surgimento das chamas. “Como está chovendo muito, o fumo está se perdendo. Muitos tentam apressar a secagem utilizando uma conduta não muito correta, que é jogar muita lenha na fornalha. Aí acaba acontecendo isso, pois existem limites de temperaturas a serem utilizados e temperaturas adequadas”, comenta Schirmer.

Três no mesmo dia

Embora tenha sido bastante chuvoso, o mês de janeiro foi agitado para os Bombeiros Voluntários. Até o fechamento desta edição, eram 15 incêndios em estufas atendidos. “A maior parte de incêndios na safra é sempre nessa época, mas já atingimos o número do ano passado. Chegamos a atender três no mesmo dia”, recorda Gerson Schirmer. Além de Sobradinho, os municípios de Ibarama e Segredo puxam a fila das estatísticas.

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Os estragos em virtude dos incêndios variam bastante. Gerson Schirmer lembra que há casos de perda total, onde nada se salva da produção. Nestes casos, a ação da corporação é impedir que o fogo se alastre, já que em muitos casos as residências ficam próximas dos fornos, havendo riscos também para galpões e veículos. Há, ainda, situações em que o combate é rápido, por conta da agilidade no chamamento e proximidade no deslocamento, e as operações de rescaldo.

Orientações?

Com tantas dicas já repassadas aos produtores, os Bombeiros Voluntários reforçam que, em caso de incêndio, se isole completamente o fogo, tentando eliminá-lo ou diminuir consideravelmente a quantidade de chamas. “Tivemos um caso onde a danificação foi muito pequena, com poucas perdas. Os proprietários tiveram a conduta correta de eliminar o oxigênio dentro do forno”, salienta Schirmer. Ele alerta também para o risco de intoxicação, devido ao gás carbono, que pode gerar complicações graves.

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