Rádios ao vivo

Leia a Gazeta Digital

Publicidade

CORONAVÍRUS

Por que as restrições são maiores em Santa Cruz?

Diante da discussão cada vez mais acirrada sobre relaxar ou não as medidas de distanciamento social para permitir a retomada da atividade econômica, uma questão causa polêmica em Santa Cruz do Sul, sobretudo no setor empresarial: por que as restrições adotadas no município, que não possui nenhum caso confirmado de coronavírus até agora, são mais rigorosas do que as impostas pelo governo do Estado?

O governador Eduardo Leite (PSDB) assinou um decreto na quarta-feira, 1°, estendendo o fechamento do comércio até o próximo dia 15 em todo o território estadual. No mesmo dia, o prefeito Telmo Kirst (PSD) também assinou um decreto, com algumas vedações que não foram previstas pelo Estado. Uma delas é em relação à construção civil, que está paralisada em Santa Cruz. Além disso, o decreto municipal não permite que estabelecimentos vendam por meio de “take away” (retirada de produtos nos estabelecimentos com hora marcada), o que é autorizado pelo decreto estadual. Boa parte do empresariado local defende uma flexibilização gradual das medidas.

A Gazeta do Sul questionou o Gabinete de Emergências, responsável por conduzir as políticas de combate ao coronavírus, a respeito do assunto. Em resposta por escrito, o grupo alegou que foram criadas regras específicas para prevenir contra um possível surto no município. Dentre os fatores que pesaram na decisão estão a demora do Laboratório Central do Estado (Lacen) em entregar os resultados dos testes, o grande número de profissionais da saúde afastados (são mais de 100), a dificuldade para comprar novos respiradores (são apenas 50 nos três hospitais do município) e equipamentos como máscaras e luvas, além da necessidade de reorganizar a rede hospitalar para atender a uma possível demanda de infectados. “Precisamos ter mais controle para diminuir os riscos de contaminação”, diz o texto.

Publicidade

Em relação ao “take away”, o gabinete alegou que essa modalidade pode gerar aglomeração, na medida em que as pessoas poderiam descer de seus veículos e esperar em frente aos estabelecimentos. “Estamos permitindo duas modalidades que protegem as pessoas: o delivery, em que a pessoa recebe o produto em casa, e o drive-thru, em que ela passa de carro e pega a encomenda.” Atualmente, apenas restaurantes, lancherias, food trucks e lojas de produtos naturais podem fazer entregas, mas isso vai ser liberado para o comércio em geral a partir de segunda-feira.

As atividades da construção civil também serão liberadas na segunda, porém com regras. O gabinete informou ainda que neste fim de semana será editado um novo decreto, com medidas de higienização e procedimentos aos estabelecimentos

LEIA MAIS : Municípios da região voltam atrás e fecham estabelecimentos comerciais

Publicidade

Postura tem respaldo legal
A decisão da Prefeitura de ampliar as restrições impostas pelo Estado possui respaldo legal. Segundo o professor de Direito Constitucional da Unisc, Ricardo Hermany, o Município não pode reduzir as medidas definidas em âmbito estadual, mas têm legitimidade para ampliar essas normas.

Essa, conforme ele, é a orientação emitida pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) às prefeituras. “O sentido do decreto municipal deve ser aprofundar as diretrizes constitucionais à realidade local. Assim, deve observar os padrões mínimos federal e estadual, podendo ser mais restritivo, pois essa posição está em consonância com a preservação do direito à vida e à saúde pública”, explicou.

Mande sua pergunta
A partir de agora, a Gazeta do Sul, por meio da plataforma Gazeta Explica, vai responder a perguntas de leitores relacionadas à pandemia de coronavírus e às medidas de distanciamento social. Questões podem ser encaminhadas para [email protected].

Publicidade

LEIA TAMBÉM: Governo determina fechamento do comércio até 15 de abril em todo o Estado

Publicidade

Aviso de cookies

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdos de seu interesse. Para saber mais, consulte a nossa Política de Privacidade.