Jane Berwanger

Por que as pessoas caem nos golpes que pedem dinheiro para pagar custas processuais

A cada ano, milhares de pessoas são vítimas de fraudes e golpes financeiros em todo o Brasil. Um dos mais comuns é o golpe relacionado ao pagamento de custas processuais, em que golpistas se passam por advogados, tribunais ou outras instituições oficiais e induzem as vítimas a pagar quantias sob o pretexto de cobrir despesas judiciais. Mas por que as pessoas caem nesses golpes? Quais fatores psicológicos, sociais e comportamentais levam uma pessoa a ser enganada? Vamos explorar alguns dos motivos principais que explicam esse fenômeno.

Uma das principais razões pelas quais as pessoas caem em golpes que pedem dinheiro para pagar custas processuais é o desconhecimento sobre o funcionamento do sistema judicial. Muitos cidadãos não têm familiaridade com os procedimentos legais e as etapas envolvidas em um processo, o que os torna vulneráveis à manipulação de golpistas.

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Os fraudadores costumam usar termos jurídicos complicados e fazer referência a processos legais legítimos/reais para dar um ar de credibilidade ao golpe. Eles mencionam “custas processuais”, “taxas judiciais”, “honorários advocatícios” e outras expressões para confundir a vítima e dar a impressão de que se trata de uma cobrança legítima. Aqueles que não estão familiarizados com o vocabulário jurídico podem não questionar a veracidade do pedido e, em vez disso, ceder à pressão de pagar a suposta taxa para evitar maiores complicações.

Além disso, muitas pessoas não sabem que, em casos reais, o pagamento de custas processuais é feito diretamente ao tribunal, por meio de guias oficiais e sistemas bancários seguros. Os golpistas exploram essa falta de conhecimento e convencem as vítimas a fazer depósitos (geralmente Pix) diretamente em contas fraudulentas.

Outro fator que contribui para o sucesso dos golpes é a sensação de urgência que os fraudadores criam. Normalmente, os golpistas entram em contato com as vítimas e alegam que o pagamento das custas processuais deve ser feito imediatamente para evitar prejuízos no processo.

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Essa tática de criar pressão e urgência é uma técnica comum em golpes, pois tira da vítima a oportunidade de pensar com clareza e buscar aconselhamento ou verificar a veracidade da informação. Quando as pessoas estão sob pressão, tendem a agir impulsivamente e podem não tomar as precauções adequadas para verificar se a solicitação é legítima.

Os golpistas também se valem da técnica da “autoridade falsa” para convencer as vítimas de que o pedido de pagamento de custas é legítimo. Eles podem se passar por advogados, servidores públicos ou funcionários de tribunais. Para dar ainda mais credibilidade ao golpe, muitas vezes utilizam e-mails, cartas ou mensagens com logotipos e marcas de instituições oficiais, que podem parecer autênticos à primeira vista. É muito comum a utilização da foto do advogado.

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Além disso, os golpistas são frequentemente muito persuasivos e bem preparados. Eles utilizam habilidades de comunicação para convencer as vítimas de que o pagamento das supostas custas processuais é uma etapa normal do processo judicial e que não há nada de errado nisso.

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Um exemplo muito comum é da pessoa que está aguardando uma decisão judicial favorável, como a liberação de um benefício previdenciário ou uma indenização trabalhista, e o golpista consegue convencê-la de que o pagamento é uma etapa necessária para acelerar a conclusão do processo.

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Outro motivo que leva muitas pessoas a caírem nos golpes é a esperança de uma solução rápida para seus problemas legais ou financeiros. Quando alguém está enfrentando uma longa disputa judicial ou aguardando uma indenização, pode estar ansioso para resolver o problema rapidamente. Os golpistas aproveitam essa ansiedade e oferecem uma solução rápida e direta em troca de um pagamento imediato.

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Esse desejo de resolver problemas de forma rápida e fácil muitas vezes leva as pessoas a ignorar os sinais de alerta que indicam que estão sendo enganadas. Em vez de questionar a legitimidade do pedido, a vítima foca a promessa de que seu problema será resolvido após o pagamento. Isso é especialmente verdadeiro para pessoas que estão cansadas de processos demorados e burocráticos. O medo de atrasar o processo judicial ou causar mais problemas pode inibir as pessoas de tomar essa medida simples de precaução.

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As pessoas caem nos golpes que pedem dinheiro para pagar custas processuais por uma combinação de fatores, incluindo o desconhecimento sobre o sistema jurídico, a pressão e urgência impostas pelos golpistas, a autoridade falsa utilizada nas fraudes e a vulnerabilidade emocional e financeira das vítimas.

É essencial que as pessoas se conscientizem sobre essas fraudes, busquem informações precisas sobre seus direitos e procedimentos judiciais e sempre verifiquem a autenticidade de qualquer solicitação de pagamento relacionada a processos legais. Contratar um advogado de confiança e estar bem informado sobre o andamento de processos é a melhor forma de se proteger contra esses golpes.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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