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Por que as obras da ERS-244 estão em ritmo lento? Entenda

As comunidades de Vale Verde e Venâncio Aires seguem aguardando a tão esperada pavimentação da ERS-244, estrada que liga os dois municípios pelo interior e é alternativa à RSC-287. Desde o ano passado, as obras estão em andamento, mas encontram dificuldades climáticas e relativas ao terreno. Isso porque as chuvas recorrentes e o chão alagadiço são obstáculos que a Construtora Pelotense Ltda., de Porto Alegre, enfrenta. Os primeiros 3,7 quilômetros já estão interligados às pontes e aptos a receber o asfaltamento.

Conforme o ex-prefeito de Venâncio Aires e coordenador do movimento Destrava ERS-244, Giovani Wickert, o diretor da empresa responsável confirmou recentemente a intenção de, a partir de maio, trazer mais profissionais e maquinário para compor uma frente de trabalho mais robusta. “Eles travaram em alguns processos burocráticos mas não pararam completamente a execução”, explica. Segundo ele, os operários seguem com a instalação das galerias dentro das propriedades e outras ações.

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Paralelo a isso, transcorreu o licenciamento de uma jazida de onde será retirado o material a ser usado na preparação do restante da estrada antes da pavimentação. O local fica a 61 quilômetros da ERS-244. Com isso, a previsão é de que o andamento seja mais rápido.

A Pelotense conseguiu ainda a autorização para usar um material mais rochoso, o que deve facilitar a execução do serviço. “Depois da terceira ponte, o terreno é muito úmido. Como choveu mais nos últimos tempos, o leito não secava e com isso não dava frente de obra”, observa Wickert.

Com o uso desse material mais rochoso, a expectativa é de que a obra prossiga mesmo durante e após as chuvas. Outro entrave é a questão das desapropriações de algumas áreas entre os quilômetros 6 e 7. Ainda segundo Wickert, a Pelotense está em contato com uma empresa parceira do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) para que esses processos de desapropriação judicial necessários à obra sejam acelerados. A previsão é de que a pavimentação dos primeiros 3,7 quilômetros comece em maio.

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Orçada inicialmente em R$ 52 milhões, a obra terá a metade desse custo abatido com a transferência da propriedade do Horto Florestal Carola, em Charqueadas, do governo do Estado para a empreiteira. Avaliada em R$ 25 milhões, a área pertencia à Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D). O valor restante será repassado pelo Piratini em parcelas após o esgotamento desses recursos.

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Novela de décadas

A ERS-244 foi aberta na década de 1970 para ser uma conexão entre o então distrito de Vila Mellos, pertencente a General Câmara, e Venâncio Aires. Por se tratar de uma ligação regional, a responsabilidade pela manutenção e melhorias passou ao Daer. Com a consolidação da RSC-287, entretanto, o trecho de 17 quilômetros perdeu relevância e o asfaltamento se tornou uma novela que já dura mais de 25 anos.

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Primeiros quilômetros se dividem entre o trecho pronto para a pavimentação e um grande atoleiro. Obra tem custo de R$ 52 milhões

No fim da década de 1990, algumas pontes e galerias chegaram a ser construídas, mas a 244 permaneceu uma estrada de chão batido. Na tarde dessa quinta-feira, 18, a Gazeta do Sul percorreu os primeiros cinco quilômetros da estrada, a partir da RSC-287, no trevo de acesso a Venâncio Aires. Apesar de alguns buracos e desníveis, é possível transitar sem maiores problemas no trecho onde a base para pavimentação já está pronta.

Após a terceira ponte, contudo, as chuvas da semana passada e o trânsito de caminhões e ônibus criaram um atoleiro capaz de impedir a passagem até mesmo de um veículo com tração integral. Além disso, exceto as placas que alertam sobre as obras, não há nenhum tipo de sinalização.

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Iuri Fardin

Iuri Fardin é jornalista da editoria Geral da Gazeta do Sul e participa três vezes por semana do programa Deixa que eu chuto, da Rádio Gazeta FM 107,9. Pontualmente, também colabora nas publicações da Editora Gazeta.

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