Opa, tudo bem? Depois de três meses de muita correria dia após dia, finalizamos a safra aqui na propriedade. Agora começa uma nova fase, também muito importante para nós, produtores, que é a separação das folhas para a comercialização mais adiante.
Hora da separação
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Com o tabaco colhido, é a vez da separação das classes, que nada mais é do que selecionar as folhas que combinam umas com as outras. Assim, por exemplo, fazemos a classe O, R, K ou verde, e assim por diante. Serão mais alguns meses de trabalho no galpão, mas que podem fazer toda a diferença na classificação no momento da entrega na indústria.
Bom para as cidades
O período de venda da safra sempre é muito esperado pelo comércio e também pelos municípios, em vista da arrecadação. Em Santa Cruz ou qualquer outra cidade da região, é o momento de faturar. Para os cofres públicos, a geração de divisas com a entrega da produção é importante. Se no plantio do tabaco já houve recolhimento de impostos, agora na comercialização vai ter muito mais.
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Contratações na indústria
Não é apenas a venda de tabaco que movimenta a economia. Apesar de ainda estar em ritmo lento, é agora que começa a contratação de safreiros para o trabalho nas indústrias, como acontece em Santa Cruz do Sul. A previsão é de que sejam chamadas em torno de 5 mil pessoas ou um pouco mais para o trabalho temporário. Ou seja, o tabaco mexe com os municípios onde há indústrias de beneficiamento ou compra da folha crua.
A maior parte é do governo
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Você sabia que mais da metade do dinheiro gerado com o tabaco fica com o governo federal? Vamos fazer as contas para explicar o que acontece. No ano de 2017, a Receita Federal informou que cerca de R$ 29 bilhões foram movimentados com a safra. Para entender como esse valor é repartido, vamos supor que temos 20 folhas de tabaco. Na divisão do bolo: quatro dessas folhas ficaram para o trabalhador rural, o produtor que teve todo o trabalho do plantio à colheita; outras quatro ficaram com a indústria, no caso as fumageiras; uma folha e meia foi para o setor varejista, ou seja, quem vende o cigarro e, pasmem, o governo federal, sem esforço algum, recebeu dez folhas e meia.
E o retorno para quem produz?
Apesar de a maior parte da receita gerada com a produção e venda do tabaco ficar com o governo por meio de impostos, os fumicultores parecem estar esquecidos. O retorno para o homem do campo é praticamente nulo. O governo arrecada, mas não manda nada de volta para quem produz.
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