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Memória

Por Amor

Coluna publicada em 12 de dezembro de 2011

A coluna desta semana resgata duas personalidades pouco lembradas, mas que deixaram suas marcas na arte e na vida de Santa Cruz do Sul. Histórias dignas de filme.

Uma é Maria Bieri, a jovem que encantou o imperador Dom Pedro II na sua última visita ao Rio Grande do Sul. Ela nasceu em Porto Alegre em 1872 e era filha de Marie Haas e do professor Frederico Bieri, ambos naturais de Zurique. Maria foi educada para as artes – tocava piano, violino, órgão e cítara – e falava português, alemão, francês e inglês. Aos 18 anos, foi convidada para um concerto em homenagem ao imperador. O violino que usou encontra-se exposto no Museu do Colégio Mauá.

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Foto: Reprodução
Maria: trabalho comunitário

Sua vida mudou radicalmente quando conheceu o santa-cruzense Christiano João Schmidt, que foi estudar na Escola Normal (formação de professores) que Frederico dirigia e onde a jovem ensinava música. Cristiano e Maria se apaixonaram e ela não teve dúvida em trocar sua carreira e os palcos da Capital para viver em Rio Pardinho junto com esposo, cuidando da casa, da horta e do jardim e criando dez filhos. Além disso, dava aulas, realizava partos e ajudava na organização da comunidade. Ela faleceu em 1949.

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Outro nome importante na arte é o músico e maestro Guilherme (Wilhelm) Keber, imigrante prussiano que chegou ao Brasil em 1880. Era formado no Conservatório de Sonderhausen (Alemanha) e, em Santa Cruz, fundou a Sociedade de Canto Liedertafel (1887) e a Musik Schule (1888) e lecionava no Deutsche Schule (atual Colégio Mauá).

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Foto: Reprodução
Keber: paixão pela música

A responsável pelo Museu do Mauá, professora Maria Luísa Rauber Schuster, relata que ele vivia exclusivamente para a música. Solteiro, periodicamente viajava à Alemanha e de lá voltava com a mala cheia de partituras e das últimas novidades na música europeia. Foi um dos primeiros maestros da Orquestra Estudiantina, fundada em 1898.

Sem fazer uma reserva finaceira para o futuro, morreu pobre e os amigos da maçonaria tiveram que garantir o seu sepultamento em 1925. Muitos maçons, dentre eles o intendente Gaspar Bartholomay, haviam sido alunos de Wilhelm Keber. A lápide que foi colocada em seu túmulo hoje faz parte do acervo do Museu do Mauá.

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