O escritor peruano (e prêmio Nobel de Literatura) Vargas Llosa (1936) fez um resumo sobre o populismo: “Uma das maiores dificuldades para combatê-lo é que apela aos instintos mais puros dos seres humanos: o espírito tribal, a desconfiança e o medo do outro – seja de raça, língua ou religião diferente, além da xenofobia, do patriotismo exagerado e da ignorância”.
Não importa sua nacionalidade, é fácil identificar o líder populista. Entre outros sintomas, dois são frequentes: o discurso nacionalista e o ataque à liberdade de imprensa.
O populismo tem várias faces e vertentes. Regra geral, seu discurso mais evidente é o nacionalismo. Também utiliza a religião e o racismo como meio político de ataque e defesa.
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Uma das faces mais frequentes do populismo é a geração da irresponsabilidade fiscal, financeira e econômica, comprometendo a estabilidade nacional.
Dependendo da motivação (usemos como exemplos o desemprego e a xenofobia), o populismo pode se converter numa temerária e imprevisível ação retórica.
Agora, mais precisamente face às graves e negativas consequências sociais e econômicas decorrentes da pandemia, advirá um ambiente de enormes necessidades populares e que exigirá expressiva ação estatal.
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Logo, restará atual e emergente o risco de uma administração com viés populista. E não apenas nos países pobres e em desenvolvimento, mas até mesmo nas modernas e ricas democracias.
Águas
Do professor, escritor e economista norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), mais precisamente do seu livro A economia das fraudes inocentes, reproduzo o seguinte, parcialmente:
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“A economia moderna é produto do surgimento de corporações poderosas. Seu ponto forte é a capacidade de mobilizar recursos científicos, organizacionais, culturais e políticos.
O maior de seus efeitos negativos é a habilidade das corporações de imiscuir-se à força nas políticas governamentais e direcioná-las. A intromissão do setor privado no chamado setor público é ostensiva e crescente, e negá-la é uma fraude, nada inocente.”
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