Pelo menos 70% das ocorrências que resultam em policiais feridos acontecem à noite ou em ambientes de baixa luminosidade. Focados nesse índice, 35 profissionais da Brigada Militar, Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), Polícia Civil e Exército participaram do curso Low Light, ministrado pelo tenente da reserva da Brigada Militar, Márcio Torbes. Com as técnicas, eles passam a saber como driblar o perigo e a calcular cada movimento a ser executado no escuro.
O treinamento se iniciou às 16h30 dessa sexta-feira, no auditório do Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp). Em um primeiro momento, Torbes ensinou aos policiais a parte teórica do treinamento criado por ele há 17 anos. Durante a noite, até as 4 horas deste sábado, os participantes estiveram no Parque de Eventos de Santa Cruz para treinar situações de risco com auxílio de lanternas e equipamentos para treinamento.
O interesse de Torbes pelas intervenções em baixa luminosidade surgiu a partir de um treinamento com uma equipe da Swat – o esquadrão de elite da polícia americana. Então, percebeu que havia uma lacuna nos cursos preparatórios de policiais, já que não havia ensinamentos sobre técnicas de abordagem e resgate à noite. Assim, passou a estudar e criou uma técnica própria. Torbes está aposentado há um ano e meio e agora viaja pelo mundo ministrando cursos.
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Para o comandante da 2ª Companhia do 23º Batalhão de Polícia Militar, capitão Rafael Carvalho Menezes, dominar técnicas de intervenção em baixa luminosidade se tornou uma necessidade. “Tivemos um caso, na madrugada dessa sexta-feira, em que um criminoso ficou baleado. Saímos em busca dele pelo mato. Recentemente, também houve cerco a assaltantes em Barros Cassal e Vale Verde. Acontecem muitas ocorrências noturnas”, citou.
Esse foi o primeiro curso realizado no Cisp. Segundo o capitão Rafael, a integração entre as diversas equipes instaladas no prédio está começando a acontecer na prática. “Esse é apenas o primeiro. Com essa integração, além de agilizar o trabalho é possível qualificar o efetivo, pois há uma troca de experiências”, comentou.
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