Polícia

Policiais serão investigados por racismo em Porto Alegre

Após ser ferido com uma faca na manhã de sábado, no Bairro Rio Branco, em Porto Alegre, um homem negro foi detido pela Brigada Militar. Imagens mostram a ação dos policiais militares contra ele, que grita: “O cara tentou me matar”. O homem branco acusado de agressão também foi levado pelas autoridades. Vítima do ataque, o motoboy foi identicado como Éverton da Silva, de 40 anos. A Secretaria de Segurança Pública informou que, após depoimentos e perícias, ambos foram liberados. A Polícia Civil registrou dois boletins de ocorrência, um por lesão corporal e outro por abuso de autoridade, e, segundo a SSP, “investigará os casos por meio de novos depoimentos de testemunhas e análise das imagens”. A nota foi publicada no site oficial.

“Sobre a prisão de um homem negro que seria vítima de tentativa de homicídio em POA, determinamos via Corregedoria da Brigada Militar, a abertura de sindicância para ouvir imediatamente testemunhas e apurar as circunstâncias da ocorrência, com a mais absoluta celeridade”, afirmou o governador Eduardo Leite (PSDB). Ele frisou sua “absoluta confiança” na corporação e prometeu que a apuração da conduta será “célere” e “rigorosa”.

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O ministro Silvio Luiz de Almeida, da pasta dos Direitos Humanos e da Cidadania, afirmou que o caso mostra como o “racismo perverte as instituições e, por consequência, seus agentes”. Segundo ele, o trabalhador negro foi tratado como um criminoso. Junto a Anielle Franco, do Ministério da Igualdade Racial, Silvio pretende acompanhar as investigações.

Diante do ocorrido, o Sindicato dos Motociclistas Profissionais do Rio Grande do Sul convocou uma manifestação para a tarde desta segunda-feira. A concentração está marcada para ocorrer às 15 horas, na Rua Oswaldo Aranha, em Porto Alegre. No material de divulgação, os organizadores do ato reafirmam o caráter pacífico do protesto e pedem a igualdade de todos os cidadãos.

Entenda

Vídeos mostram a ação dos agentes. Um policial puxa a camiseta de Éverton, que diz “o errado é ele”, e aponta para o homem branco sem camisa. “Me larga”, pede. O agente, então, coloca-o contra a parede. Outros policiais se aproximam. Ao menos três tentam imobilizá-lo. “O cara tentou me matar”, grita o motoboy.

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Pessoas em volta repetem para os policiais: “Ele é a vítima”, “calma” e “isso é racismo”. Os agentes continuam segurando o homem negro contra a parede. Nisso, o homem branco volta ao apartamento enquanto os agentes imobilizam Éverton. Ele troca de roupa e só desce novamente quando mais viaturas chegam e ele é conduzido por outros policiais.

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Guilherme Bica

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