Tratada como suicídio, a morte da santa-cruzense Gabriela Alves dos Santos, de 25 anos, no dia 21 de setembro – uma semana após o aniversário dela –, vem sendo investigado pela Delegacia de Polícia de Vera Cruz. Ela era irmã de Cássio Alves dos Santos, apontado pela polícia como um dos líderes da facção Os Manos, que comanda o tráfico de drogas no Vale do Rio Pardo.
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A jovem teria sido encontrada morta por enforcamento dentro de uma residência, em uma propriedade na zona rural de Vera Cruz. Segundo o delegado responsável pelo caso, Paulo César Schirrmann, as perícias técnicas do local do fato e o laudo da necropsia no corpo da vítima já foram recebidos. “Em princípio, os indícios apontam para o suicídio. Não houve nada de anormal, como marcas que indicassem um sinal de luta. Mas ainda é um caso que está em investigação”, afirmou o delegado.
Segundo Schirrmann, quatro testemunhas já foram ouvidas pela Polícia Civil de Vera Cruz. Entretanto, o companheiro da vítima não foi encontrado para prestar esclarecimentos e segue sendo procurado. A Polícia Civil suspeita que ele esteja escondido, com medo de represálias.
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“Seguimos tentando interlocutores no ambiente familiar dele. Já mandamos alguns recados, pedimos para que pessoas façam a intermediação, mas ele simplesmente ignora os contatos e, infelizmente, não está colaborando”, comentou. “O depoimento dele é a pendência que falta para concluirmos o caso, pois o que consta é que ele encontrou o corpo ao chegar na residência onde o fato ocorreu.”
Informações dão conta de que o rapaz teria saído da cidade. Conforme o delegado, o homem que teria um relacionamento com Gabriela é proprietário de um comércio no Bairro Bom Jesus e seria o dono da propriedade onde ela foi encontrada enforcada. Fechado, o estabelecimento já teria, inclusive, sido alvo de saques nas últimas semanas, supostamente em represália. Além do estabelecimento, o rapaz teria um canil, onde criava cachorros da raça American Bully. Alguns teriam até sido mortos.
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Irmão da vítima está recolhido na Pasc
A morte de Gabriela Alves dos Santos completou um mês na última quarta-feira e gerou comoção entre familiares e conhecidos. Nas redes sociais, parentes, amigos, ex-colegas de estudo e de trabalho prestam homenagens desde que o óbito foi confirmado. O velório da jovem ocorreu entre a tarde do dia 21 de setembro e a manhã do dia 22. Ela foi sepultada no Cemitério Municipal de Santa Cruz do Sul.
Cogitou-se a possibilidade de que o irmão, Cássio Alves dos Santos, fosse liberado da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), onde está recolhido, para o velório. No entanto, uma escolta para acompanhá-lo a Santa Cruz não teria sido disponibilizada. Segundo a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), ele não foi escoltado para o velório da irmã e permaneceu recolhido na unidade prisional.
Cássio foi preso na manhã de 18 de janeiro de 2019 em um triplex de luxo, avaliado em R$ 1 milhão, no Bairro Avenida, em Santa Cruz do Sul. Foi um dos 12 detidos na Operação Cúpula. De acordo com a Polícia Civil, ele lidava com o dinheiro da facção Os Manos e seria o operador financeiro dessa organização criminosa.
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Schirrmann ressaltou, porém, que a abertura de um inquérito para apurar a morte de Gabriela segue procedimentos de praxe. “Embora saibamos que a vítima era irmã de um homem com passagens pela polícia, eu instauro um processo de investigação em todos os casos de morte violenta, como essa.” Gabriela deixou enlutados os pais Sidnei e Lucia; uma filha de 5 anos, irmãos, avós e demais parentes.
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