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Seis casos em dois anos

Polícia investiga mortes e carbonização de cadáveres em Rio Pardo

Foto: Lula Helfer

Faturi: “Modo de agir foi semelhante”

O corpo de um jovem encontrado na manhã dessa sexta-feira, 28, em Abelina, próximo ao acesso de Passo da Areia, na ERS-403, interior de Rio Pardo, aponta para uma característica que tornou-se recorrente em assassinatos registrados no município nos últimos anos: a tentativa de incineração do cadáver das vítimas. Outro ponto em comum é o provável envolvimento das pessoas mortas com o tráfico de drogas.

Segundo o titular da Delegacia de Polícia de Rio Pardo, delegado Anderson Faturi, o corpo de Murilo Henrique Simões Silveira, de 24 anos, foi encontrado por populares que passavam pelo local, próximo a uma parada de ônibus. Conforme Faturi, o jovem foi assassinado a tiros e apresentava sinais de carbonização nas pernas.

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De acordo com a Polícia Civil, Silveira tinha antecedentes por tráfico de entorpecentes, envolvimento em homicídio e roubo. Não há suspeitos do crime. “Estamos ouvindo testemunhas, pessoas relacionadas e próximas à vítima. Os pais relataram que não tinham contato com ele há meses. O jovem não tinha muitos amigos. Estamos investigando todas as hipóteses”, comentou Faturi.

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Além da forma como o homicídio foi cometido – uma execução –, as queimaduras nos membros inferiores também chamam a atenção da polícia. “Nos últimos dois anos, estamos registrando casos onde os assassinos queimaram as vítimas, ou para tentar dificultar as investigações, ou, quem sabe, como uma assinatura do homicídio. Foram pelo menos seis registros em dois anos”, comentou o delegado.

A Polícia Civil pede que informações sobre os assassinatos sejam encaminhadas à DP. A denúncia pode ser feita de forma anônima. Para isso, os contatos são o 197 ou (51) 3731 1490.

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Foto da polícia mostra imediações do local onde corpo foi encontrado nessa sexta-feira

Pelo menos duas vítimas eram de Santa Cruz
Assim como o caso dessa sexta-feira, outros homicídios registrados no ano passado apresentam as mesmas características. Em pelo menos dois deles, as vítimas eram santa-cruzenses.

Em 12 de fevereiro de 2019, o corpo de Marcos Valderi Hopp Rodrigues, de 33 anos, foi encontrado carbonizado em Rincão Del Rey, interior de Rio Pardo. Ele era morador de Santa Cruz do Sul e havia desaparecido em janeiro. A suspeita é de que o corpo de Marcos tenha sido apenas desovado em Rincão Del Rey. Ele teria envolvimento com o tráfico e sua morte pode ser consequência de um acerto de contas.

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Marcos foi uma das vítimas em 2019

Meses depois, no dia 13 de setembro, Davi Messias Bernardes, de 22 anos, foi encontrado baleado e queimado próximo a Rincão Del Rey. Ele era natural de Santa Cruz. Por meio de depoimentos e de uma perícia no celular da vítima, a polícia descobriu que Davi estava envolvido com o tráfico, embora não tivesse antecedentes. Não há nenhum indício sobre a autoria do assassinato.

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Uma outra vítima foi Douglas Lima de Deus, de 23 anos, morto a tiros no interior de Rio Pardo na madrugada de 4 de agosto de 2018. De acordo com informações registradas na Delegacia de Polícia, o crime aconteceu na localidade de Passo do Adão, próximo ao cruzamento com a BR-471. Ele era natural de Porto Alegre. A polícia relatou que o homem teria marcas de queimadura nas pernas. Faturi observa similaridades nos casos e não descarta que a ordem para matar tenha partido de uma mesma facção. “Há características em comum marcantes, que nos levam a crer que o mesmo grupo seja responsável pelos homicídios, mas com as provas que temos hoje, não podemos afirmar.”

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