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CRIME

Polícia investiga caso de injúria racial em campeonato no interior de Santa Cruz

Foto: Alencar da Rosa

A Polícia Civil de Santa Cruz do Sul investiga um caso de injúria racial que teria sido cometida contra um jogador de futebol no interior do município. O fato foi registrado na tarde do último dia 13, um sábado, no confronto entre Flamengo de Paredão e Amizade, partida de ida da final da categoria força livre da Taça das Colônias. O jogo foi disputado no campo da localidade de Linha Júlio de Castilhos, no distrito de Monte Alverne, interior de Santa Cruz.

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Durante a partida, o jogador Paulo Ricardo Guedes, de 28 anos, do Amizade, teria sido chamado de “macaco” por um atleta do Flamengo de Paredão. Conforme a advogada criminalista Roberta Poll, que representa a vítima, o fato teria acontecido logo nos primeiros minutos. Em resposta à injúria racial, Paulo Ricardo desferiu um soco no rosto do adversário e foi expulso do jogo, enquanto o atleta do Flamengo recebeu apenas o cartão amarelo.

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Ainda segundo a advogada, o presidente do certame teria afirmado que Paulo não poderia mais jogar no campeonato. “Espectadores ouviram, colegas ouviram. Em virtude disso, o Paulo se exaltou. E o presidente do campeonato, que também era o árbitro nesse dia, aplicou amarelo para quem praticou a injúria racial e o vermelho para quem sofreu”, disse Roberta em entrevista ao programa Rede Social, da Rádio Gazeta FM 107,9.

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A partida entre as duas equipes terminou com agressões físicas e verbais de ambos os lados. “Após o término do jogo, não houve contato do presidente com o Paulo. Meu cliente foi afastado do campeonato e a pessoa que praticou a injúria vai poder continuar jogando, como se nada tivesse acontecido”, salientou Roberta, que é doutora em Direito.

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Advogada irá acionar a prefeitura

Segundo Roberta Poll, a nova legislação equiparou a injúria racial ao racismo e por isso esse crime também se tornou inafiançável e imprescritível. “As penas para casos do tipo podem variar de dois a cinco anos de reclusão. E se são praticadas em uma partida desportiva, o autor pode ficar afastado até três anos”, disse a advogada. De acordo com ela, o jogador que foi vítima no caso é humilde e auxilia a avó nas contas da casa. Vê no futebol uma oportunidade de crescimento.

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O episódio no interior de Santa Cruz aconteceu uma semana antes de outro caso de discriminação racial tomar as manchetes pelo mundo. No último domingo, o atacante Vinícius Júnior foi vítima de racismo na Espanha, no jogo entre Valencia e Real Madrid, pela 35ª rodada do Campeonato Espanhol. A torcida presente no Estádio Mestalla chamou o brasileiro de “macaco”.

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“Não é porque é no futebol amador que vamos colocar um pano no que aconteceu. Seja no campeonato brasileiro, no espanhol ou onde for, deve-se tomar todas as medidas cabíveis para que outras pessoas não passem por isso”, salientou Roberta. Ela disse ainda que deve entrar em contato com a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Relações Institucionais e Esportes, para que trâmites possam ser agilizados. O caso também foi registrado na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Santa Cruz do Sul e está em investigação.

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