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CASO ANDREI E HENRIQUE

Polícia intensifica busca a jovens desaparecidos no Centro-Serra

Jovens estão desaparecidos desde o dia 27 de agosto

Quase um mês depois do desaparecimento dos jovens Andrei dos Santos Soares, de 18 anos, e Henrique Nunes Machado, 20, a Polícia Civil segue as investigações em busca de pistas. Eles não são vistos desde o dia 27 de agosto, um sábado, após um baile no Ginásio Bonitão, em Lagoa Bonita do Sul, na região Centro-Serra.

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Enquanto persiste o mistério em torno do caso, a Polícia também precisa lidar com a repercussão que o assunto adquiriu por meio das redes sociais. Foi isso que destacou a delegada Graciela Foresti Chagas. Ela ressaltou ainda que os esforços têm sido intensificados, mas que até o momento as investigações são inconclusivas. “Grande parte das medidas feitas são de ordem sigilosa e não posso ficar todos dias relatando o que a polícia faz, como faz e com quais objetivos, porque os criminosos também leem, eles também acompanham as redes sociais, e não podemos comprometer as investigações para sanar as curiosidades das pessoas”, desabafou.

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Conforme Graciela, a Seção de Inteligência e grande parte da delegacia estão envolvidas no caso. “Estamos fazendo um trabalho diferenciado, que nunca foi feito a nenhuma outra circunstância até agora”, disse. Segundo ela, foram solicitadas medidas técnicas novas ao Gabinete de Inteligência da Polícia Civil. Entre elas estão autorizações judiciais, apoio aéreo, com todo aparato disponível técnico que a Polícia Civil tem e tudo que a legislação autoriza. “Nós precisamos seguir o que a lei determina e tomar decisões dentro da legislação”, afirmou.

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“As pessoas não veem o que está acontecendo”, diz delegada

Delegada ressalta o trabalho intenso para encontrar jovens desaparecidos

As investigações são coordenadas pela delegada desde o início, juntamente com os esforços dos agentes da Polícia Civil. Ela rebateu ainda as manifestações em torno da prioridade que tem sido dada à investigação diante das críticas relacionadas à condição socioeconômica dos desaparecidos.

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“Nós trabalhamos para a população sem questionar isso. As pessoas não veem o que está acontecendo e acreditam que não está sendo feito nada e ficam inventando histórias e difundindo isso sem se preocupar com as consequências. Na verdade tomamos todas as medidas possíveis até agora e isso está documentado, só que várias questões são sigilosas e não vou expor isso para ninguém. Eu tenho o conhecimento legal, a equipe da Delegacia tem o conhecimento técnico, usamos todos setores possíveis da Polícia Civil, assim como o Poder Judiciário e o Ministério Público, todos com todas as medidas possíveis para essas localizações, mas até o momento não foi possível localizar os jovens”, ressaltou.

O que se sabe até agora

O caso segue sendo investigado pela Delegacia de Polícia (DP) de Sobradinho. Conforme a delegada, o principal suspeito de ser o responsável pelo desaparecimento dos jovens é um homem que comandava o tráfico de drogas no município de Salto do Jacuí. Atualmente ele está foragido do sistema prisional, possui uma longa ficha na polícia por crimes como homicídio, tráfico de drogas, roubo e outros.

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Na segunda-feira, 12 de setembro, as mães dos jovens desaparecidos estiveram no posto de criminalística do Instituto-Geral de Perícias (IGP) de Santa Cruz do Sul, para coleta de material genético a fim de realizar uma comparação com o sangue nas roupas encontradas durante operação no interior de Lagoa Bonita do Sul. “A Polícia Civil ainda aguarda o resultado da perícia. Também foram colhidos depoimentos de todas as pessoas que foram alvos das buscas, acompanhados pelos seus advogados representantes, ou seja, são medidas técnicas que ainda não retornaram para nós e o Instituto Geral de Perícias é uma delas. São elementos que precisamos para avançarmos nas investigações”, finalizou a delegada.

Familiares aguardam por respostas

Familiares dos jovens aguardam respostas | Foto: Gazeta da Serra

A angústia segue envolvendo a rotina das famílias dos rapazes. Enquanto isso, crescem as dúvidas sobre o paradeiro deles. É o que afirmam Roseli dos Santos Soares, de 34 anos, mãe de Andrei, e Lorenilda Soares da Rocha, de 28 anos, prima do jovem Henrique. “A família não tem nenhuma resposta. Dia após dia o sofrimento só aumenta, e a gente quer uma resposta, a gente precisa saber o que realmente aconteceu, onde eles estão. O sofrimento está tomando conta das duas famílias e estamos apenas sobrevivendo com toda situação, pois é muito triste ficarmos sem notícias deles”, disse Lorenilda.

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Segundo ela, durante este período as duas famílias receberam muitas ligações com informações falsas, de pessoas dizendo que sabem onde os rapazes estão, dificultando até mesmo para as investigações. As famílias também sofreram ameaças através de mensagens e pedidos de dinheiro. “Estamos pedindo o apoio de todo mundo. Se alguém souber de algo, por favor passar para as autoridades policiais, e não precisa se identificar. Queremos terminar com esse sofrimento. Só quem passa por isso sabe da dor que estamos sentindo”, ressaltou.

Conforme Roseli, os dois jovens eram muito amigos e estavam sempre juntos. Segundo ela, Andrei morava com a avó, que avisou a ela que ele não havia dormido em casa. “Era sete horas da manhã. Comecei a ligar para o telefone do meu filho que não atendeu. Começou a bater um desespero porque ele nunca foi de fazer isso. Ele sempre me avisava onde estava, se fosse posar na casa de algum amigo. Ele nunca me deixou sem respostas. Como ele não atendeu minha chamada, logo percebi que algo estava errado”, comentou.

Mobilização

Na tarde do último domingo, 18 de setembro, as famílias dos jovens desaparecidos realizaram uma mobilização de forma pacífica e com auxílio da Brigada Militar, na Avenida João Antônio, no Centro de Sobradinho. “Queremos mobilizar a região, a polícia, a justiça novamente. A gente quer que a justiça seja feita, precisamos disso, eles são autoridades policiais e podem dar esse respaldo para nós. São vários dias de muita angústia e isso destrói uma família. Os dois não tinham inimizades. Não estamos mais vivendo, apenas sobrevivendo”, frisou Lorenilda.

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Mobilização foi realizada no último domingo | Foto: Gazeta da Serra

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