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Polícia identifica corpo localizado durante cerco aos assaltantes de banco

Véio e Leco participaram de assalto e foram atingidos por PM. O primeiro morreu na agência e o segundo em uma área de mata

Paulo Ricardo Domingues dos Santos, de 43 anos, foi identificado pela Polícia Civil gaúcha como o segundo assaltante que morreu após o ataque à agência do Banrisul de Santana da Boa Vista, no dia 8 de abril. O cadáver de Leco, como era conhecido no submundo do crime, foi localizado no dia 22 de abril pelos PMs da Agência Regional de Inteligência do Comando Regional de Polícia Ostensiva do Vale do Rio Pardo (CRPO/VRP).

O corpo estava em avançado estado de decomposição, em uma região de mata fechada no interior de Encruzilhada do Sul, onde a Brigada Militar mantinha cerco desde o dia do assalto ao banco, ocorrido na cidade da região Sudeste do Estado, a 230 quilômetros de Santa Cruz do Sul. Já no dia 22, a principal suspeita era de que o cadáver fosse de Leco. Tinha marcas de tiros e características dos criminosos envolvidos no roubo, como a vestimenta escura e a mesma compleição física.

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Nessa terça-feira, 3, o delegado João Paulo de Abreu, da Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), confirmou a informação à Gazeta do Sul. Ele ressaltou que provas da participação de Leco no crime já haviam sido apresentadas ao Poder Judiciário de Caçapava do Sul, que é a comarca competente em relação ao fato em Santana da Boa Vista.

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“Temos agora a morte do Marco Antônio no banco e o encontro do corpo do Paulo Domingues na região do abandono de um dos veículos roubados após o assalto. A prisão preventiva do Leco já havia sido decretada. Já tínhamos apresentado à Justiça informações e uma representação pedindo a prisão dele, que havia sido deferida. Ele também já estava na condição de foragido”, explicou João Paulo de Abreu.

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“Estamos dando sequência ao trabalho com muitas diligências para chegarmos nas outras duas pessoas envolvidas no roubo. Temos algumas suspeitas e estamos intensificando esse trabalho para que consigamos comprovar que são essas pessoas, para tê-las na condição de presas”, complementou o delegado.

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No dia 12 de abril, o delegado regional Luciano Menezes afirmou à Gazeta que a Polícia Civil de Santa Cruz já havia identificado mais um dos dois assaltantes do banco que escaparam com vida, e que esse indivíduo seria morador de Venâncio Aires. Qualquer informação capaz de auxiliar a Polícia Civil nesse caso pode ser repassada pelo Disque Denúncia do Deic, de forma anônima, no telefone 0800 510 2828.

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Bandidos mortos eram cunhados

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Durante o assalto ao banco, em 8 de abril, os quatro criminosos usaram armas pesadas, como fuzil T4 calibre 556 e espingarda calibre 12. Após levar uma quantia não revelada, fizeram um cordão humano com reféns para se protegerem da reação policial. Houve tiroteio intenso, que deixou vidros de casas vizinhas à agência quebrados. Nenhum PM ou refém foi ferido no confronto. Leco levou um tiro de carabina na altura da barriga. Dois comparsas o socorreram e arrastaram para uma caminhonete Fiat Toro preta, usada na fuga.

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O tiro foi efetuado por um sargento da Brigada Militar de Santana da Boa Vista, que estava trabalhando no perímetro urbano na hora do roubo. O mesmo policial, momento antes, já havia acertado a cabeça de um dos quadrilheiros, identificado posteriormente como o líder do bando: Marco Antônio de Carvalho, de 47 anos, conhecido no submundo do crime pelo apelido de Véio e cunhado de Leco. Véio morreu na hora.

Natural de Rio Pardo e morador do Bairro Progresso, em Santa Cruz do Sul, Leco possuía uma extensa ficha na polícia. Sua vida no crime teve início em março de 2002, aos 23 anos, fazendo receptação de uma arma furtada. Foi acusado de diversos crimes nos anos seguintes, como lesão corporal, ameaça, roubo a estabelecimento comercial, roubo a residência, roubo de veículo, homicídio e estupro.

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“Sargento raiz”, diz Moresco sobre PM que atirou

No último dia 18 de abril, o sargento que disparou em Véio e Leco foi homenageado com uma comenda entregue pelo Comando-geral da Brigada Militar, pelos serviços prestados à corporação. “É muito complexo o processo de tomada de decisão que esse sargento teve, no momento de alvejar um criminoso que estava na possibilidade iminente de fazer uma vítima da sociedade”, avalia o comandante do CRPO/VRP, tenente-coronel Giovani Paim Moresco. “O sargento estava observando de uma determinada distância que havia um criminoso apontando a arma para a cabeça de uma pessoa, dizendo pra ela caminhar, senão ia matá-la”, relata Moresco.

“O que essa vítima estava sentindo nesse momento? Garanto que pensava que iria morrer. Quem a salvou foi o sargento de Santana da Boa Vista, que tomou a complexa decisão de atirar. Disparou no primeiro, que caiu ali, disparou no segundo, que foi ferido. Devido a esses disparos, abandonaram o crime e saíram dali”, continua o comandante. Para ele, a ação do policial precisa ser bem avaliada pela comunidade. “Ele estava de serviço na rua, verificou a ocorrência, se abrigou, viu a chance, tomou a decisão, agiu e teve êxito. Esse aí foi sargento raiz, foi lá e resolveu o problema.”

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Cerco montado no interior de Encruzilhada do Sul contou também com apoio aéreo

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Moresco participou, desde o dia do roubo, de um cerco da Brigada Militar no interior de Encruzilhada do Sul, para onde os assaltantes haviam fugido depois do ataque ao Banrisul. “Fizemos o mapeamento de todo o perímetro. Foram 209 quilômetros quadrados. E foi essencial manter o cerco nesse lugar para que encontrássemos o segundo assaltante. O primeiro tombou no local. O segundo foi socorrido e levado com os outros dois, e este foi abandonado ou deixado momentaneamente para trás, para ser socorrido em seguida. Só não foi porque os outros não puderam voltar, ou porque não conseguiram sair, devido ao nosso cerco”, afirma o tenente-coronel da BM.

Segundo o comandante, a ação faz parte da resposta que as forças de segurança precisam dar à sociedade. “Preciso também ressaltar o profícuo trabalho integrado com a Polícia Civil. E a Brigada Militar oferta duas alternativas para o criminoso, ao chegar no local de um fato. A primeira é parar imediatamente a ação. Se continuar, a lei diz o que o policial pode fazer. É o criminoso que está contra a sociedade, que escolhe não se entregar. Se continuar escolhendo assim, vai continuar tombando, não tem muita conversa.”

Moresco: “A BM oferece duas opções” | Foto: Alencar da Rosa

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