A Polícia Civil do Rio de Janeiro ainda não tem certeza sobre o número de agressores que participaram de um estupro coletivo de uma jovem de 16 anos no último sábado, 21, na zona oeste do Rio. Em depoimento na quinta-feira, 26, a menina apontou que foi atacada por 33 homens, mas a polícia segue investigando.
Quatro homens que participaram da ação ou compartilharam imagens já foram identificados. As autoridades ainda avaliam se pedirão a prisão deles. “Como pai, como marido, também penso ‘por que esse sujeito ainda não está preso?’. Mas, do ponto de vista técnico, temos que dar seguimento às investigações”, disse o chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso. A informação anterior era de que a polícia já havia pedido a prisão dos suspeitos, dois deles por participar diretamente e dois por compartilharem imagens. Isso foi negado hoje pelo delegado Alessandro Thiers, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), responsável pelo caso.
A divisão foi escalada para a investigação depois que o vídeo do estupro foi divulgado na internet. Na quinta, a delegada Cristiana Bento, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítima (DCAV) também passou a atuar no caso. A divulgação das imagens por si só já é crime, frisou o delegado. A polícia acredita, porém, que a prioridade agora é dar andamento às investigações e localizar outros possíveis suspeitos. “Iremos conduzir essas pessoas o quanto antes para tomar uma declaração”, disse Thiers, que já está em contato com os advogados e também tem a localização dos quatro suspeitos. A vítima também será ouvida novamente.
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A polícia ainda está tentando identificar outros suspeitos envolvidos para verificar se foram, de fato, 33 agressores. “Não chegamos a conclusões para dizer que houve estupro coletivo por 33, 36, 30”, afirmou Veloso. Os crimes investigados são estupro de vulnerável e divulgação de pornografia infantil. Na entrevista coletiva, o caso chegou a ser tratado como “suposto estupro”, e o delegado titular declarou que a polícia havia diversas linhas de investigação, inclusive para verificar “se houve ou não estupro”. O chefe de Polícia esclareceu depois que a polícia trabalha com indícios de que o crime ocorreu.
“Há indícios de que o fato houve, mas não podemos assinar uma declaração, um documento dizendo que sim. Isso vai depender do resultado do exame de corpo de delito, que está em fase de conclusão”, disse Veloso. O chefe de Polícia e os delegados do caso devem se reunir informalmente com os peritos para adiantar quais são as possíveis conclusões do exame. Na segunda-feira, a família da vítima deve se reunir com o secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Paulo Melo. Há a expectativa de que sejam oferecidas medidas de proteção à adolescente.
As autoridades destacaram ainda a importância de notificar os casos de estupro e de violência contra a mulher, para que a polícia possa atuar nos casos. “Quando temos um caso muito grave, é bom pensar no que fazer para evitar outros casos como esse”, disse Veloso.
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