Um grupo com origem em Passo Fundo, especializado em aplicar o chamado golpe do bilhete premiado, foi alvo de uma ofensiva da Polícia Civil gaúcha nesta quarta-feira, 12. Agentes da 1ª Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos (1ª DR) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), deflagraram a chamada Operação Avidità (cobiça, em tradução livre do italiano).
As investigações ganharam corpo a partir de um fato registrado em 14 de março deste ano, quando uma idosa foi localizada em uma agência bancária no Bairro Cavalhada, em Porto Alegre. O caso chegou ao Deic como uma possível extorsão mediante sequestro ou sequestro relâmpago. No entanto, na apuração da ocorrência, descobriu-se que na verdade se tratava de um golpe do bilhete premiado.
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Na ocasião, dois homens, de 23 e 31 anos, ambos de Passo Fundo, foram presos em flagrante após aplicarem o golpe contra a idosa, que perdeu R$ 130 mil. Os dois investigados têm antecedentes por furto qualificado mediante fraude, estelionato, lesão corporal culposa e posse de entorpecentes. Na ocorrência, ainda foram apreendidos um veículo, um celular e documentos que comprovaram a prática do crime.
A partir deste fato, o Deic deu sequência às investigações, ouviu testemunhas e obteve novas provas. Com isso, foi apurada a participação de mais três pessoas dentro da organização criminosa que aplicava o golpe do bilhete premiado. Na Operação Avidità, deflagrada nesta quarta-feira, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em Passo Fundo, Porto Alegre, Alvorada e também em Balneário Camboriú, Santa Catarina.
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As contas bancárias dos suspeitos foram bloqueadas. “Descobriu-se ainda que os criminosos investiam os valores obtidos de forma ilícita em criptomoedas. Há indícios, assim, da prática do crime de lavagem de capitais. Seguimos buscando o rastreamento das moedas virtuais a fim de ressarcir os prejuízos suportados pelas vítimas”, comentou o delegado João Paulo de Abreu, do Deic.
Os cinco investigados, que não tiveram os nomes revelados pelas autoridades policiais, são suspeitos de integrar uma grande organização criminosa com base em Passo Fundo e que atua há pelo menos 20 anos aplicando golpes do bilhete premiado em diversas cidades do Estado, incluindo Santa Cruz do Sul. Nos últimos anos, passaram a agir fora do Rio Grande do Sul.
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O golpe do bilhete premiado é aplicado há quase 100 anos e acontece quando uma vítima é abordada em via pública e o estelionatário se passa por uma pessoa humilde, que tem um bilhete premiado em mãos, normalmente com valores que ultrapassam R$ 1 milhão. Em seguida, outro golpista aparece, entra na conversa, e simula uma ligação para o gerente de um banco, que confirma o suposto bilhete como verdadeiro.
Depois, os golpistas convencem a vítima a transferir valores, entregar cartões e outros itens financeiros para o falso vencedor como garantia para o recebimento de um valor elevado, pois o alvo dos criminosos, nesses casos, acredita que irá ficar com parte do prêmio por ter auxiliado a pessoa humilde. A prática criminosa acontece geralmente próximo a bancos.
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