A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o trágico acidente que deixou seis mortos na noite de 18 de julho deste ano, no quilômetro 186 da BR-471, em Rio Pardo. Apontado como o causador do fato, o ex-vice-prefeito de Pantano Grande, Ivan Rafael Trevisan, de 62 anos, foi indiciado por seis homicídios culposos – quando alguém contribui para a morte, mas sem a intenção de matar.
Conforme levantamentos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no ponto do acidente, a Toyota RAV4 preta de Trevisan colidiu com a traseira de um Fiat Palio cinza, que foi empurrado para a contramão direto contra um caminhão Mercedes-Benz LS 1935 branco, que seguia na outra pista, no sentido contrário. Com isso, o Palio foi praticamente prensado entre o caminhão e a caminhonete. As seis pessoas que estavam no carro foram arremessadas para fora e morreram na hora.
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Uma prova técnica que poderia indicar se o veículo do ex-vice-prefeito de Pantano estava acima da velocidade permitida era o laudo do Instituto-Geral de Perícias (IGP). Os peritos analisaram o local do acidente, observando marcas de frenagens na pista e deformações no carro, caminhonete e caminhão. Contudo, no laudo, não foi possível estimar a velocidade da RAV4, nem mesmo do Palio, apenas do caminhão, pelo tacógrafo, que indicou estar em aceleração adequada.
A polícia também não encontrou câmeras, o que poderia dar uma ideia da dinâmica da colisão. Em depoimento, Trevisan alegou que não consumira bebida alcoólica antes do acidente e disse que trafegava na rodovia em velocidade normal. Acrescentou que havia cerração e muita escuridão no trecho. Também afirmou que o Palio em que estavam as seis vítimas estava com as luzes traseiras (sinaleiras) desligadas. Isso o impossibilitou de enxergar quando acertou o carro.
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Com o impacto, quatro dos mortos foram encontrados ainda sobre a BR e dois foram parar em uma área de mata à margem da rodovia. As vítimas foram identificadas como Juarez Nunes de Oliveira, de 66 anos, e sua filha Ana Carolina Flores Oliveira, 23; Fabiano Pires Silveira, 42, e sua companheira Marilize Duarte Camboim, 47; Daniel Figueiró da Silveira, 40, e Luiz Antônio Souza da Silva, de 52 anos.
Ferido, o motorista do Mercedes-Benz, Luis Cláudio Mendes, 63 anos, de São Lourenço do Sul, chegou a ser levado ao hospital. Ele foi submetido ao teste do bafômetro, que não apontou ingestão de bebida alcoólica. Já Trevisan, que estava sozinho no RAV4, foi levado por uma pessoa para receber atendimento em um posto de saúde de Pantano Grande.
Ele teria ficado com ferimentos em uma das mãos. Depois de permanecer cerca de uma hora e meia em atendimento, recebeu um medicamento para dor, foi para casa e dormiu. Agentes da PRF foram até a residência de Trevisan, no centro de Pantano Grande, e conversaram com sua esposa. Ela afirmou que ele estava dormindo e não autorizou o acesso dos policiais na casa para aplicar o teste do bafômetro.
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A Gazeta do Sul procurou o delegado Anderson Faturi para falar sobre a conclusão da investigação. No entanto, ele disse que não poderia comentar o caso, atendendo a determinação da Associação dos Delegados de Polícia no Rio Grande do Sul (Asdep), que suspendeu entrevistas e o repasse de informações à imprensa em protesto pelo reajuste – considerado baixo pela categoria – que o governo do Estado propôs para o salário dos delegados.
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