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Polícia Civil ouve sobrevivente do caso Deangellis

Ao longo dos últimos dias, a Polícia Civil de Santa Cruz do Sul deu sequência às investigações que apuram o assassinato de Deangellis dos Santos Zinn, 23 anos, ocorrido no domingo, 21 de março. O delegado Alessander Zucuni Garcia tomou o depoimento do jovem de 19 anos que estava ao lado da vítima, junto ao campo de futebol na Rua Marcílio Dias, Bairro Bom Jesus, onde ocorreu o assassinato.

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Ele também foi alvejado, mas sobreviveu ao atentado. “Em seu depoimento, ele não acrescentou nada de novo ou relevante para a investigação. Disse que não sabe de nada, não ouviu sobre quem poderiam ser os autores, nem viu direito como foi a situação”, comentou o delegado titular da 2ª Delegacia de Polícia (2ª DP). Na noite do crime, o rapaz de 19 anos foi atingido por dois disparos de pistola calibre 9 milímetros na altura do quadril, próximo da coxa.

O delegado Alessander Zucuni Garcia tomou o depoimento do jovem de 19 anos que estava ao lado da vítima | Foto: Alencar da Rosa

Após ser alvejado, foi encaminhado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Hospital Santa Cruz (HSC). Já na manhã seguinte deu alta da casa de saúde. Boatos sobre um possível confronto entre Deangellis e homens armados no dia anterior ao assassinato, e até sobre um menor de idade ter sido atingido de raspão durante a ocorrência, não foram confirmados nos depoimentos colhidos pelos investigadores da Polícia Civil.

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O registro em vídeo de um integrante d’Os Manos efetuando disparos com um fuzil AK-47, que vem circulando em grupos de WhatsApp, aconteceu poucos dias após a morte de Deangellis. Ele foi morto com 56 disparos. A suspeita da polícia é de que a demonstração de força bélica da facção seja para intimidar os moradores do bairro, para que não revelem detalhes sobre o homicídio.

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Testemunhas das redondezas, que viram o assassinato, relataram que ouviram uma grande quantidade de tiros em curto período, junto ao campo de futebol, o que indica a probabilidade de que os assassinos tenham usado uma arma com seletor de rajada para matar o rapaz. Entre quatro e cinco homens teriam sido vistos em um carro, chegando na cena do crime.

Operações em sequência
Determinada a esclarecer o homicídio – o quinto em Santa Cruz neste ano –, a Polícia Civil vem realizando ao longo dos últimos dias uma série de operações para cumprimento de mandados de busca e apreensão expedidos pelo Poder Judiciário. O objetivo é apurar as circunstâncias do crime e apreender armas e itens que podem estar relacionados com o assassinato de Deangellis Zinn.

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Na sexta-feira passada, 52 munições de calibre 9 milímetros foram encontradas na casa de um adolescente, no Bairro Senai. Também na residência, a polícia localizou um carregador de pistola Glock 9 milímetros e o chamado “kit Roni” – usado para transformar pistolas da marca Glock em uma espécie de submetralhadora. O dispositivo é utilizado para dar precisão aos tiros, quando disparados em rajadas.
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Na última segunda-feira, houve nova operação, desta vez no bairro onde aconteceu a morte. No quarto de um jovem de 20 anos, foram apreendidos uma pistola Glock 9 milímetros com seletor de rajada, 17 munições de calibre 9 milímetros e dois carregadores para a mesma pistola, um normal (16 cartuchos) e um para 30 cartuchos. Arma, munições, carregadores e o “kit Roni” apreendidos nas duas operações pela Polícia Civil são compatíveis com vários detalhes do crime: na cena do assassinato havia 56 estojos deflagrados, todos de calibre 9 milímetros; e moradores das redondezas, que testemunharam o homicídio junto ao campo de futebol, afirmaram que rajadas foram disparadas pelo atirador que matou Deangellis.

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As investigações apontam que tanto o adolescente de 17 anos quanto o rapaz de 20 guardavam em suas casas os itens para a facção Os Manos. A Polícia Civil trabalha para confirmar as relações mediante provas técnicas e testemunhais. A pistola apreendida já foi encaminhada para perícia e novas testemunhas devem ser ouvidas ao longo dos próximos dias.

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