Os casos envolvendo extorsões e ameaças contra empresários de Santa Cruz do Sul, divulgados com exclusividade pela Gazeta do Sul, são alvo de uma investigação da Polícia Civil. Ao longo da primeira semana deste mês, donos de estabelecimentos do município entraram em contato com a reportagem para revelar intimidações de criminosos, por mensagens de texto e áudio.
Os bandidos se identificavam como “Chapolin” – apelido do suposto líder da facção Os Manos na região – e afirmavam que teriam perdido dinheiro em recentes apreensões de drogas e armas, efetuadas pelas forças de segurança na cidade. A seguir, passavam a exigir valores, ameaçando atacar as vítimas e seus estabelecimentos, caso não fossem atendidos.
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A repercussão dos casos foi tamanha que, na sexta-feira da semana passada, um homem próximo de pessoas ligadas a Chapolin entrou em contato com a Gazeta do Sul para divulgar o que seria uma “nota de esclarecimento” da facção. O texto afirma que a “organização não está efetuando nenhum tipo de extorsão e chantagem a comerciantes idôneos e lícitos”. O grupo criminoso ainda revelou estar “investigando” a autoria das ameaças e alertou: “os responsáveis serão duramente punidos”. Desde então, não foram registrados novos casos em Santa Cruz.
Conforme o delegado responsável pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), Marcelo Chiara Teixeira, as ameaças são golpes. Ainda que a maioria dos empresários não tenha caído – apenas um dono de loja acabou depositando valores na conta de uma pessoa, em caso investigado pela 2ª Delegacia de Polícia –, Chiara confirmou que está com um inquérito em aberto para apurar os fatos e encontrar os autores das mensagens de texto e áudio enviadas aos empresários.
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“Dos casos que chegaram até a minha delegacia, tratam-se de ameaças. Não é um costume que se tinha aqui, de alguma pessoa usar nome de líder de facção para exigir dinheiro, dizendo que vai atirar em loja se a vítima não fizer o depósito. Pedimos para as pessoas que receberam alguma mensagem dessas, que as bloqueiem e façam o registro policial”, disse o delegado.
“Trata-se de um golpe, onde uma pessoa pega o nome de alguém que já apareceu na imprensa como líder de facção e exige dinheiro. Estamos trabalhando para identificar quem foi o autor dessas ameaças aos empresários”, salientou o titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas.
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