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PANTANO GRANDE

Polícia Civil indicia pastor por violação sexual

Foto: Arquivo Pessoal

Fiel e o marido instalaram uma câmera no quarto para gravar as ações do pastor: ele foi detido pela BM e liberado após depoimento

A Polícia Civil concluiu nesta quarta-feira, 20, o inquérito sobre o caso e indiciou um pastor de Pantano Grande por violação sexual mediante fraude. O delegado Anderson Faturi afirma que ele teria cometido este crime contra três vítimas, que foram identificadas e ouvidas durante a investigação.

Uma delas é a autora da primeira denúncia contra o homem. Ela chegou a filmar os abusos cometidos por ele, na casa dela. “Ouvimos mais duas moças que referiram também terem sido abusadas, digamos assim, pelo pastor. As duas também informaram que o pastor fazia visitas para elas e, sob pretexto de ajudá-las, as ungia com óleo; fazendo isso passava a mão nos seus corpos. Peito, barriga, pernas, virilha”, revelou Faturi.

O delegado disse que chegou a pedir a prisão do acusado. “Com base nessas informações a gente inclusive solicitou ao Judiciário a decretação da prisão preventiva do suspeito, por causa da gravidade do crime cometido, mas, infelizmente, o Judiciário não concordou conosco e negou a prisão, porque ele é réu primário, não possui antecedentes criminais”, afirmou.

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“Utilizou da fé delas”, afirma Faturi

O pastor de 38 anos vai responder pelo crime de violação sexual mediante fraude, contra as três vítimas identificadas na investigação. Conforme o artigo 215 do Código Penal, trata-se de um crime que refere-se a uma pessoa ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima. A pena para o delito é de dois a seis anos de reclusão. Conforme Faturi, o crime não é comum de acontecer.

“Neste caso, o acusado utilizou a fé delas ao trabalho dele. Com base nisso, o suspeito realizou os abusos. Todas elas disseram estar bastante receosas, amedrontadas pelo que aconteceu. Demoraram a entender que estavam sofrendo um abuso, pois acreditavam realmente que aquilo era um trabalho espiritual que estava sendo feito.” A reportagem entrou em contato com a defesa do pastor indiciado em busca em um posicionamento a respeito do caso, no entanto, até o momento, não obteve resposta.

LEIA MAIS: Pastor tocava mulheres “dizendo que ia sair ‘o mal’”, conta vítima

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Relembre o caso

O caso em questão foi revelado pelo Portal GAZ no dia 6 de outubro. Nesta data, pela manhã, o pastor foi à casa de Paula Andressa Machado Rodrigues, de 26 anos. No entanto, ela, o marido, e outras duas mulheres, de 21 e 22 anos, instalaram uma câmera no quarto, para filmar os supostos abusos. Isso porque, ao longo de cinco semanas, todas as quartas-feiras, Paula e as outras duas estariam sendo coagidas pelo homem a participar de atos onde, segundo o acusado dizia, estariam “tirando o mal do corpo”.

Na oportunidade, a reportagem conversou com a vítima de 26 anos e teve acesso a imagens incluídas no inquérito, ao qual mostram momentos onde o pastor passa a mão no corpo das vítimas. Conforme o relato de Paula, as mulheres entravam no quarto dela com o pastor, cada uma por vez. Com a desculpa de “ungir com óleo sagrado”, o homem teria passado as mãos nas partes íntimas das vítimas.

“Ele passava o óleo nas mãos dele e depois acariciava minha barriga, levantava a blusa, passava a mãos nos seios e massageava, baixava a roupa, tocava as partes íntimas dizendo que ia sair o ‘mal’”, contou Paula. Segundo ela, todos os casos teriam acontecido em sua casa no Bairro Valderi, em Pantano Grande, a cerca de um quilômetro da igreja. Desconfiadas das atitudes do pastor, as três mulheres e o marido de Paula organizaram a gravação para pegá-lo em flagrante.

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“Queríamos ter uma prova, para depois chamar a Brigada.” Na ocasião, PMs do 2º Batalhão de Polícia Militar (2º BPM), sob o comando do capitão Renan Todendi Dutra, foram acionados e prenderam o suspeito em flagrante. Na DP de Rio Pardo, vítima e acusado foram ouvidos e liberados, e uma ocorrência de importunação sexual foi registrada. A partir disso, iniciou-se o trabalho de investigação da Polícia Civil, que culminou na identificação completa dos fatos e no indiciamento do suspeito.

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