A mais antiga e conhecida quadrilha de traficantes de Rio Pardo foi desarticulada nessa quinta-feira, 7, pela Polícia Civil. Foram presas quatro pessoas – três mediante mandado e uma em flagrante – em uma operação que reuniu 45 policiais, dentre eles seis delegados, de Rio Pardo, Pantano Grande, Encruzilhada do Sul, Venâncio Aires, Candelária e da 2ª DP e Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec) de Santa Cruz do Sul. Dois suspeitos ainda conseguiram escapar. Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão.
Um bar situado no Bairro Ramiz Galvão foi um dos alvos da investida. As investigações, coordenadas pelo delegado Anderson Faturi, titular de Rio Pardo, duraram quatro meses e apontaram que o estabelecimento funcionava também como ponto de venda de drogas. Os policiais chegaram no local por volta das 18h30 e encontraram dois dos procurados: Marilin Sieben, de 32 anos, e Cláudio Rafael Souza, de 33. Segundo Faturi, a mulher é filha do homem considerado o líder da organização, Antônio Carlos Silveira Sieben, de 62 anos, conhecido como Toninho Salgadinho. Ele já estava preso. Já Cláudio não seria parente dos Sieben, mas, segundo a polícia, trabalhava para eles.
Na lancheria, os agentes encontraram uma quantidade de maconha, que até o fechamento desta edição ainda não havia sido contabilizada. A mulher de Antônio, que estava no local com a filha e Cláudio, afirmou que seria usuária de drogas e a droga seria dela. “Pelas investigações, a gente sabe que o local é um ponto de tráfico, então, a prendemos em flagrante”, explicou o delegado. A polícia prefere não divulgar o nome dela por enquanto.
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Além dos três que estavam no bar, foi preso ainda Adair José Linhares, de 35 anos. Ele estava na residência onde vive, no Bairro Jardim Boa Vista, quando os policiais chegaram. Segundo o delegado, apesar de já ter uma condenação e cumprir pena em regime semiaberto, com tornozeleira eletrônica, o acusado estaria vendendo drogas na casa onde mora. No local, também foi encontrada uma pequena quantidade de maconha.
Os policiais ainda cumpriram um outro mandado de prisão, mas o procurado conseguiu escapar. Ao perceber a aproximação dos veículos, o morador de uma residência no Bairro Vila Nova, cuja identidade não foi revelada pela Polícia Civil, fugiu por matagais. Os agentes seguiram o suspeito, mas não conseguiram achá-lo. Na casa, no entanto, recolheram uma quantidade de maconha. O homem seria ainda dono de uma empresa que faz lavagem de veículos, no Centro de Rio Pardo. Nesse local, os policiais também cumpriram um mandado de busca e encontraram uma pequena porção de maconha. “Eles agem assim mesmo. Armazenam pequenas quantidades para revender.”
Outro suspeito também não foi encontrado, mas a operação foi considerada exitosa pelo delegado. “Conseguimos desmantelar um grupo criminoso incisivo no município”, comemorou. Os presos foram levados para o Presídio Estadual de Rio Pardo. Anderson Faturi pretende concluir o inquérito até a próxima semana.
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A ORGANIZAÇÃO
Segundo o delegado Faturi, há investigações sobre esse grupo criminoso há pelo menos 30 anos em Rio Pardo. De acordo com ele, a organização funciona de forma familiar, ou seja, ainda que alguns integrantes não façam parte da família, são os parentes que assumem a maioria das funções. No geral, eles vendem maconha e cocaína.
Toninho Salgadinho, o patriarca, seria o comandante da organização. Ele possui várias condenações e está preso no Presídio Estadual de Rio Pardo. O líder já estava em regime semiaberto, com tornozeleira eletrônica, mas descumpriu uma regra e foi mandado de volta à casa prisional há cerca de um mês.
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