Uma megaoperação, denominada Armaggedon, foi deflagrada pela Delegacia de Polícia (DP) de Vera Cruz na manhã desta sexta-feira, 11, em sete cidades do Rio Grande do Sul. As ações, em sua maioria, se concentram na região do Vale do Rio Pardo. Trinta e cinco mandados, sendo 26 de busca e apreensão, sete de prisão preventiva e dois de sequestro de bens, solicitados pela Polícia Civil e autorizados pelo Poder Judiciário, estão sendo cumpridos.
Ao todo, 111 policiais estão envolvidos no trabalho, sendo 40 policiais civis e 71 agentes da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). Em Santa Cruz do Sul, são 16 ordens judiciais a serem cumpridas: seis no Bairro Faxinal Menino Deus, quatro no Dona Carlota (três no Residencial Viver Bem e uma no Loteamento Beckenkamp), três no Bom Jesus e uma nos bairros Centro, Higienópolis e Senai.
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Em Vera Cruz, é cumprido um mandado de busca em um sítio, que fica na localidade de Coxilha Mandelli, interior do município. O principal alvo da megaoperação é Cláudio Mendes Pacheco, de 43 anos, conhecido no submundo do crime pelo apelido de “Toquinho”. Ao longo da investigação, a DP de Vera Cruz apurou que, mesmo dentro de uma cela da Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ), em Charqueadas, ele continua comandando crimes e permanece sendo um integrante de renome dentro da facção Os Manos.
A organização criminosa armada é voltada para o narcotráfico e homicídios e domina o comércio de entorpecentes no Vale do Rio Pardo. Um mandado de prisão preventiva e um de busca e apreensão foram cumpridos na cela de Toquinho, em Charqueadas, por agentes da Susepe. As ações desta sexta-feira contaram com o apoio das 1ª e 2ª DPs de Santa Cruz e DPs de Rio Pardo, Venâncio Aires, Candelária, Sinimbu e Passo do Sobrado, além da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), ambas de Santa Cruz.
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Além da preventiva para Toquinho, um jovem de 22 anos, conhecido entre criminosos pelo apelido de “Alemãozinho”, foi preso no Loteamento Viver Bem, Bairro Dona Carlota, em Santa Cruz do Sul. O rapaz foi identificado na investigação da DP de Vera Cruz como sendo um dos “gerentes” do bando, com alto poder dentro do grupo chefiado pelo apenado da PEJ.
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Dentre os comandados do líder da facção, o jovem era o único solto. Outro dos gerentes de Toquinho, apelidado de “Kéty”, de 42 anos, que atualmente está preso na Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva), também foi alvo de um mandado de prisão preventiva e de busca e apreensão em sua cela. A Penitenciária Estadual de Santa Maria e a Penitenciária Estadual de Porto Alegre (Pepoa) também foram alvos de cumprimentos de mandados de busca e apreensão e de prisão.
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Na primeira, está um jovem de 23 anos, conhecido pelo apelido de “Biel”. Ele foi identificado como matador da facção, cooptado por Toquinho. Cumpre pena preventiva em Santa Maria após um crime de roubo a joalheria, cometido em Restinga Seca. Já na segunda casa prisional está preso um homem de 27 anos, conhecido pelo apelido de “Cabelo”. Também foi identificado como matador comandando por Toquinho.
Atualmente, cumpre prisão preventiva em Porto Alegre após ter sido indiciado na megaoperação Tentáculos, deflagrada pela DP de Rio Pardo em 10 de dezembro de 2020. Na investigação, ficou comprovado que ele auxiliou na decapitação de um homem. Três mandados de busca e apreensão também foram cumpridos no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul, nas celas onde estão homens que possuem ligações com Toquinho.
Uma mulher de 30 anos, conhecida no submundo do crime pelo apelido de “Bita”, foi identificada como uma das traficantes comandadas por Toquinho, e foi presa em sua residência, no Loteamento Beckenkamp, Bairro Dona Carlota, tendo seu carro, um Chevrolet Celta cinza, apreendido.
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Um mandado de prisão ainda foi cumprido em uma residência do Bairro Faxinal Menino Deus. A reportagem apurou que trata-se de Diego Soda, de 37 anos. Um mandado de prisão definitiva contra ele, também conhecido pelo apelido de “Dieguinho”, foi expedido no dia 9 de agosto do ano passado, pela juíza Ana Carolina Bartolamei Ramos, da Vara de Execuções Penais, Medidas Alternativas e Corregedoria dos Presídios, de Curitiba.
O documento consta como pendente de cumprimento no Conselho Nacional de Justiça, no portal do Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). Ele foi condenado a 12 anos de prisão pelos crimes de tráfico de drogas e falsificação de documentos. Chegou a ser preso em flagrante pelo 2º Batalhão Rodoviário da Brigada Militar, em 9 de março de 2021, com um quilo de cocaína. Foi encaminhado ao presídio, mas liberado posteriormente.
Também foi na casa dele, na Travessa Soledade, Bairro Faxinal Menino Deus, que, em 1º de março do ano passado, pouco mais de uma semana antes de ser preso pela BM, a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) encontrou R$ 33 mil em dinheiro. Atualmente, encontrava-se foragido da justiça. Na investigação da DP de Vera Cruz, Soda é investigado por armazenar drogas e armas para Toquinho.
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Dois mandados também foram cumpridos nos bairros Marina e Parque Scopel, em Cachoeira do Sul. No primeiro, mora um homem de 43 anos, que não teve seu nome revelado, é proprietário de uma revenda de carros e possui conexão com Toquinho. A Polícia Civil busca documentos que envolvam o suspeito na lavagem de dinheiro comandada pelo líder de facção.
Já no segundo local funciona uma boca de tráfico de drogas, chefiada pelo bando do faccionado. Tanto o sítio em Coxilha Mandelli, interior de Vera Cruz, avaliado em R$ 500 mil, como uma BMW X1 que pertencia a Toquinho, avaliada em R$ 200 mil, foram sequestrados pela Justiça. O imóvel e o veículo foram identificados como sendo bens obtidos com dinheiro ilícito, do tráfico de drogas.
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