A Polícia Civil mantém em andamento as investigações de quatro dos cinco homicídios ocorridos em um intervalo de 18 dias – entre 21 de agosto e 8 de setembro – em Santa Cruz do Sul. Com exceção do assassinato do instrutor de autoescola Rostem Luiz dos Santos Fagundes, que já está com inquérito concluído e autor confirmado, os demais permanecem sem identificação dos executores.
E duas dessas mortes, as de Geovani dos Santos, de 34 anos, e João Rogério de Oliveira, de 55, têm peculiaridades que são analisadas pelos investigadores, para verificar se há algum tipo de conexão. Entre esses detalhes está o intervalo de apenas sete horas entre os crimes, que ocorreram em locais próximos cerca de dois quilômetros. O primeiro aconteceu no Corredor Muller, no Bairro Bom Jesus, e o segundo na Rua Padre Landel de Moura, no Bairro Pedreira.
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Ambas as vítimas, que morreram por disparos de arma de fogo, tinham antecedentes. Geovani já foi suspeito, acusado ou indiciado por roubo, homicídio, porte ilegal de arma de fogo, lesão corporal e ameaça. João, conhecido pelo apelido de Tamanco, tinha furto, roubo, lesão corporal, posse de entorpecentes e ameaça em sua ficha.
A polícia apurou que Geovani entrou em luta corporal com um homem pouco antes de morrer, na sexta-feira, 30 de agosto. Esse suspeito, que já tem passagem pelo sistema carcerário, teria saído do local da briga e chamado seu irmão. Ambos teriam executado a vítima a tiros, fugindo na sequência. Nas horas seguintes, moradores do Bom Jesus ligados a um grupo criminoso teriam ido até a casa do executor de Geovani e, em represália pelo homicídio, danificado parte do imóvel. Ele teria fugido do local com a esposa.
A polícia ainda apura informações sobre as horas seguintes à represália, para verificar se alguma reação de João Tamanco possa ter contribuído para o seu homicídio, que aconteceu por volta das 18h30 de sábado, 31 de agosto. O homem de 55 anos estava em casa, na Rua Aristides Freitas, quando dois criminosos armados chegaram em um Peugeot cinza.
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Quando viu que os bandidos estavam a sua procura, tentou fugir pulando muros por entre as casas. Chegou até a Rua Padre Landel de Moura, vindo a ser alvejado por tiros e ficando pendurado por um dos pés em um portão de ferro de uma das residências. A polícia constatou pelo menos sete perfurações em seu corpo.
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A perícia recolheu no local três estojos de calibre 38 e dois de calibre 9 milímetros. “Estamos trabalhando para buscar mas elementos sobre esses dois casos, para verificar a possibilidade de um fato terminar esclarecendo o outro. Ainda estamos apurando se tem alguma relação entre os crimes ou não”, comentou o delegado Alessander Zucuni Garcia.
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Embora ainda se investigue a possibilidade de os dois assassinatos terem como pano de fundo o tráfico de drogas, o fato é que o ambiente onde as vítimas viviam era dentro do contexto de criminalidade, sobretudo pelos seus antecedentes. João Tamanco, por exemplo, já havia sofrido uma tentativa de homicídio em 2014 e teve uma trágica perda familiar há poucos meses.
Em 19 de abril deste ano, seu filho Leonardo Antônio de Oliveira, de 24 anos, o Leozinho, que também tinha antecedentes, foi executado com tiros no tórax e na cabeça em Encruzilhada do Sul. Esse caso já foi elucidado pela Polícia Civil. Conforme o delegado Róbinson Palomínio, confirmou-se que o crime teve como pano de fundo a disputa por pontos de tráfico na cidade.
Dois homens, conhecidos pelos apelidos de Cabeça Amarela e Batoré, com passagens pelo sistema prisional e ligados ao crime organizado, foram presos e indiciados pelo assassinato de Leozinho. Ambos responderão por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe (tráfico de drogas) e recurso que dificultou a defesa da vítima (assassinato a tiros pelas costas).
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