Uma operação deflagrada pela Polícia Civil na manhã desta segunda-feira, 29, prendeu em flagrante um homem de 20 anos no Bairro Bom Jesus, em Santa Cruz do Sul. A investigação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) identificou que uma residência da Rua Visconde de Mauá funcionava como depósito de armas para a facção Os Manos.
Por volta das 7 horas desta segunda, policiais da Draco cumpriram um mandado de busca e apreensão no local. Na casa, escondidos no quarto do jovem, embalados dentro de um plástico, foram encontrados uma pistola Glock modelo G17, calibre 9 milímetros, com seletor de rajada; 17 munições de calibre 9 milímetros; e dois carregadores para a pistola, um normal (16 cartuchos) e um para 30 cartuchos.
“Durante o nosso trabalho investigativo, obtivemos informações nos últimos dias de que esse indivíduo guardava armas para a facção criminosa que atua no tráfico em Santa Cruz do Sul e Vale do Rio Pardo. Representei pelo mandado de busca e apreensão, deferido pelo Poder Judiciário, o qual cumprimos nesta segunda-feira”, comentou o delegado titular da Draco, Marcelo Chiara Teixeira.
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O telefone celular do rapaz preso em flagrante também foi apreendido e será periciado. A ação contou com o apoio de policiais da 2ª Delegacia de Polícia (2ª DP).
No depoimento, o homem de 20 anos preferiu ficar em silêncio e responder apenas em juízo. Embora o auto de prisão em flagrante tenha sido lavrado, em virtude do rapaz não possuir antecedentes e não configurar um crime com violência, o delegado Paulo César Schirrmann, atual titular da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Santa Cruz do Sul, estipulou uma fiança de R$ 1.500,00, que foi paga, tendo ele sido liberado. O nome do investigado não foi revelado pelas autoridades policiais.
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Dentre os itens apreendidos nesta segunda-feira, chamou a atenção a pistola com uma peça na parte superior do cano que, ao ser acionada, altera a possibilidade dos disparos da Glock, de únicos por vez, para rajadas, aumentando o potencial de fogo. Esta foi a segunda diligência em sequência da Polícia Civil que apreende itens que podem ter relação com o homicídio ocorrido no último dia 21 de março, na Rua Marcílio Dias, Bairro Bom Jesus, quando Deangellis dos Santos Zinn, de 23 anos, foi alvejado com dezenas de disparos.
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Na ocorrência do assassinato, foram apreendidos 56 estojos deflagrados, todos de calibre 9 milímetros – igual a um dos tipos de munições encontradas pela 1ª DP na casa de um adolescente na sexta-feira, e também encontradas pela Draco nesta segunda-feira, na casa do homem de 20 anos, no Bom Jesus.
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Ainda na sexta-feira, na Rua Feliciano Barbosa, Bairro Senai, foi apreendido um carregador de pistola Glock 9 milímetros e o chamado “kit Roni” – utilizado para transformar pistolas da marca Glock em uma espécie de submetralhadora.
O dispositivo é utilizado para dar precisão aos tiros, quando disparados em rajadas. Já nesta segunda-feira, no Bom Jesus, uma pistola com seletor de rajada foi encontrada, compatível com a arma que pode ser acoplada ao “kit Roni”, além de dois carregadores da mesma pistola. Moradores das redondezas, que testemunharam o assassinato junto ao campo de futebol do Bom Jesus, afirmaram que rajadas de tiros foram disparadas pelo atirador que matou Deangellis.
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O delegado Alessander Zucuni Garcia esteve na Draco durante a tarde desta segunda e conversou com o delegado Marcelo Chiara Teixeira sobre os itens encontrados. À Gazeta, o titular da 2ª DP, que investiga o caso de homicídio, não descartou a probabilidades do artefatos apreendidos terem uma ligação com o assassinato.
Ponderado, não revelou maiores detalhes, mas afirmou que as armas, carregadores e “kit Roni” serão analisados. “A arma apreendida é compatível com a usada no crime e vai ser objeto de investigação para analisarmos se tem alguma relação, assim como os outros itens”, se limitou a dizer Garcia.
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