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Polícia acredita que más condições da RSC-153 têm relação com índice de acidentes

Pistas estreitas, pouco acostamento, inúmeros buracos, desníveis, mato tomando conta das laterais e praticamente nenhuma proteção entre a estrada e imensos desfiladeiros. Essa é a situação da RSC-153 (Vera Cruz–Barros Casal), rodovia concebida para ser um corredor de exportação, ligando o Norte ao Sul do Estado pelo Vale do Rio Pardo, mas que tornou-se motivo de risco para motoristas de veículos leves e pesados.

Na noite de 17 de fevereiro, três caminhões colidiram frontalmente no quilômetro 311 da rodovia, nas proximidades do acesso a Vale do Sol, deixando dois feridos. Não foi um caso isolado.

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De acordo com o Comando Rodoviário da Brigada Militar, foram 45 acidentes no trecho nos últimos três anos, oito deles com morte. Chama a atenção a incidência de acidentes com caminhões e carretas – de 2018 para cá, 40 veículos pesados estiveram envolvidos em ocorrências no trecho.

Para o capitão Sílvio Erasmo Souza da Silva, comandante da 2ª Companhia Rodoviária, com sede em Santa Cruz do Sul, as condições da via e as peculiaridades da região, conhecida por “serrinha”, são os principais causadores dos acidentes na RSC-153.

Ele comenta que, em razão da grande abrangência da área de atuação da 2ª Companhia – são 504 quilômetros –, a equipe não tem conseguido atuar com frequência na 153. “Atendemos de Barros Cassal a Vale Verde, de Venâncio Aires até Candelária. Mas iremos intensificar a fiscalização nessa rodovia, para coibir os acidentes”, anunciou.

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No fim de 2018, quando houve um pico de mortes na estrada – com sete vítimas –, a Polícia Rodoviária buscou conscientizar os motoristas sobre os perigos da RSC-153, por meio da fiscalização. As ações surtiram efeito: no ano seguinte, o número de vidas perdidas na rodovia caiu para duas. “Ainda assim, foram registrados acidentes em vários pontos. Não podemos apontar algum trecho específico como o mais problemático. É uma rodovia perigosa”, comentou o capitão.

O comandante destaca que, além da imprudência, da alta velocidade e da falta de preparo dos condutores, o desgaste da rodovia é um fator que influencia na incidência de acidentes. “O problema não está só em 4 ou 5 quilômetros. Todo o trecho está tomado por buracos. A estrada está em condições precárias. É uma rodovia abandonada.”

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Por conta própria

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Enquanto produzia fotos para essa reportagem, na tarde dessa quinta-feira, 27, a Gazeta do Sul encontrou por acaso o secretário de Obras de Vale do Sol, César Ebert, tapando com uma pá um imenso buraco da RSC-153, pouco acima do trevo de acesso ao município e abaixo do local do acidente do último dia 17.

Segundo ele, embora a rodovia seja de responsabilidade do Daer, muitos moradores procuram a Prefeitura para reclamar das crateras. “A estrada está em condições horríveis e a população busca nossa ajuda. Esse buraco precisava de uma atenção especial, pois poderia causar um acidente.” Como as equipes da pasta estavam em outras demandas, o próprio secretário, morador das proximidades, foi tapar o buraco.

Secretário de Obras de Vale do Sol tapou com uma pá um imenso buraco | Foto: Alencar da Rosa

Estado está sem recursos para manutenção imediata

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O Comando Rodoviário da Brigada Militar de Santa Cruz encaminhou ofício ao Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) no qual solicita melhorias no pavimento, segurança e sinalização da RSC-153.

“Após este acidente onde três caminhões colidiram, fizemos uma análise de alguns problemas encontrados. Já notificamos o Daer em outra ocasião, mas não tivemos sucesso. Esperamos ser atendidos. A rodovia precisa de cuidados, melhor sinalização, reforço em guardrails e melhor asfalto”, ressaltou o capitão Sílvio Erasmo Souza da Silva.

O Daer informou que a sinalização será revisada somente após ser retomado o contrato com a empresa responsável. O Estado aguarda disponibilidade de recursos para programar os serviços de manutenção na 153, a serem executados por empresa contratada para a conservação das rodovias da 3ª Superintendência Regional de Santa Cruz do Sul.

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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