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Relacionamentos

Poliamor: será mesmo o fim da monogamia?

Quando falamos de relacionamentos afetivos e sexuais, é impossível não pensar nas diferentes formas de se relacionar e nos constantes debates sobre a monogamia e os relacionamentos chamados liberais, como o poliamor, em que as pessoas vivem vários relacionamentos afetivos ao mesmo tempo.
 
O conceito da monogamia é cultural e está diretamente ligado ao tipo de sociedade em que vivemos, a patriarcal. Porém, as novas gerações começaram a romper com os padrões desta sociedade e isso contribuiu para o aparecimento destes diferentes modelos que desafiam a monogamia e se tornam cada vez mais comuns.  
 
Segundo Denise Miranda de Figueiredo, psicóloga, terapeuta de casais e família e cofundadora do Instituto do Casal, vivemos hoje um momento no qual as pessoas se sentem mais livres para expressar sentimentos e experimentar as diferentes formas de se relacionar “Outro ponto é que há um desafio enorme para muitas pessoas em unir segurança e aventura em um relacionamento amoroso. O que nutre o amor não necessariamente irá alimentar o desejo”, comenta Denise.

Para a especialista, com essa noção mais clara, muitas pessoas procuram relacionamentos em que possam experimentar uma maior liberdade, principalmente sexual, e tentam equacionar segurança e aventura em suas vidas, o que não parece tarefa simples quando se trata de relações humanas com toda a sua complexidade.
 
Há também outras questões envolvidas, como o amadurecimento mais tardio das novas gerações e o foco na vida acadêmica e profissional. “Antes, era comum as pessoas se casarem na faixa dos 20 anos e esses casamentos duravam muitos anos. Não havia espaço para experimentar, nem tanta liberdade como temos hoje”, explica Marina Simas de Lima, psicóloga, terapeuta de casais e família e cofundadora do Instituto do Casal.
 
Monogamia com os dias contados?
“O ser humano não é monogâmico por natureza, porém diferentemente dos animais, temos a possibilidade de decidir o que fazer com o nosso desejo. A monogamia está baseada nos valores que cada casal estabelece para o relacionamento. Na prática clínica, vemos que as outras formas de se relacionar, como o swing e o poliamor, surgem como uma possibilidade cuja função pode ser específica em um determinado momento na vida daquele casal, mas não como um estilo de vida”, comenta Denise.

Para Marina, as relações estão se transformando. “As novas gerações amam de diferentes maneiras. Essas pessoas estão reformulando as expectativas sobre o amor. Alguns parecem não acreditar mais na exclusividade exigida pela monogamia e se permitem experimentar essas outras formas de amar, sem culpa ou preconceitos. O tema é muito polêmico, mas o poliamor, os relacionamentos abertos e o swing são realidade, eles existem, embora a sociedade ainda não esteja preparada para lidar com essas situações, afirma Marina.

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Tipos de relacionamentos
Com a ajuda nas terapeutas, elencamos alguns tipos de relacionamentos amorosos que ganham cada vez mais adeptos. Confira: 

  1. Relacionamento aberto: neste tipo de relação o amor é monogâmico, mas é permitido que ambos os parceiros tenham casos extraconjugais, desde que não haja envolvimento emocional. 
  2. Living Apart Together (LAT): Esse é um movimento mundial que tem cada vez mais adeptos. São aqueles casais que moram em casas separadas, mas vivem um relacionamento estável e monogâmico. 
  3. Swingers: São casais que vivem uma relação estável, se consideram monogâmicos, porém gostam de vivenciar relações sexuais com outros casais.
  4. Amigos com benefícios: Neste tipo de relacionamento não há envolvimento emocional, nem monogamia. São amigos que mantêm relações sexuais e fazem programas juntos, sem assumir qualquer tipo de compromisso entre si, portanto podem viver o amor com outras pessoas também.  
  5. Poliamor: É a recusa da monogamia que possibilita a vivência de muitos amores simultâneos, de forma profunda e duradoura. São pessoas que mantêm vários relacionamentos ao mesmo tempo.

“Em nossa sociedade as pessoas são livres para escolherem seus jeitos de se relacionar e amar, e independente da forma escolhida merecem ser tratadas com respeito, concluem Denise e Marina. 

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