O uso de calças compridas pelas mulheres já foi uma das maiores polêmicas na moda e nos costumes de vários países. Por muito tempo, só eram admitidas em trabalhos no campo e nas minas de carvão. Durante a 2ª Guerra Mundial (1939-1945), seu uso tornou-se mais comum. Após o conflito, as europeias e americanas decidiram usá-las no dia a dia, mas sofreram muita repressão.

O cinema e as revistas difundiam a moda. As primeiras calças usadas no Brasil foram chamadas de saia-calção. Mas as mulheres eram vaiadas quando saíam às ruas com “roupa de homem”. Nos anos 50, o uso foi se impondo nos grandes centros. Depois, foi chegando às cidades do interior. Mas o conselho era para que fossem vestidas só dentro de casa. Padres e pastores não poupavam críticas.

Na Gazeta de 12 de abril de 1956, a modista Diana Dors escreveu que as calças compridas femininas estavam cada vez mais populares. Mas sugeriu o uso só em eventos familiares e passeios com automóveis particulares. Jamais deveriam ser vestidas em locais públicos.

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Eliana Poll nos encaminhou foto de 1958 onde aparece sua mãe, Lárea (Schlittler) Jost, estreando uma calça comprida. Ela fazia curso de corte e costura com dona Oli Schmitt, em Vila Tereza (hoje Vera Cruz).


Lárea de eslaque, com a bicileta e em frente
da casa de dona Oli

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Lárea, que tinha 17 anos e trabalhava na Indústria de Bebidas Celina, transformou uma saia plissada em calça comprida (eslaque). Naquele tempo, comprar um “corte de fazenda” custava caro e os roupas eram reaproveitadas.

Diversos colegas não aprovaram a novidade, mas a jovem não deu ouvidos. Como andava muito de bicicleta, o que importava era o conforto. Com o passar do tempo, o uso do eslaque tornou-se corriqueiro. Hoje, ninguém imagina um armário feminino sem este traje.

 

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Saia-calção: mulheres eram vaiadas nas ruas

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