Febre nos países em que já foi lançado, há cerca de um mês, Pokémon Go chegou oficialmente ao Brasil nessa quarta-feira e está alterando os cenários urbanos. O jogo de celular foi anunciado em setembro do ano passado e, desde então, fãs da série Pokémon aguardavam ansiosamente. O motivo de tanta euforia é a mistura de uma série nostálgica com uma nova tecnologia: a realidade virtual ampliada. Utilizando o GPS do celular, o jogo gera um mapa da região e os usuários, através da câmera, devem caçar os personagens no mundo real. Essa tecnologia é o que há de mais recente no mundo dos jogos, dando um passo à frente de videogames como o Nintendo Wii, por exemplo, onde o usuário interagia com a televisão através dos movimentos do corpo, pois agora é preciso sair de dentro de casa e caminhar pela cidade atrás dos “monstrinhos”.
Para o professor de Psicologia da Unisinos, Daniel Abs, essa diferença é a grande potência do jogo, que estimula a interação e a exploração dos espaços públicos. “Temos uma geração de nativos digitais que não tinham a vivência de brincar na rua e agora estão fazendo isso. Dºe uma maneira diferente, é claro, mas que tem tudo a ver com a linguagem com a qual foram criados”, explica.
A movimentação de jogadores em Santa Cruz do Sul chamou a atenção na tarde de ontem. Na Praça Getúlio Vargas, cerca de 30 pessoas utilizavam o aplicativo. O estudante de Engenharia Civil da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Átila Augusto Carpes, 19 anos, já havia capturado 133 bichinhos. “Baixei o jogo ontem um pouco depois de ter sido liberado e convidei um amigo pra vir até aqui. Já era noite, achei que não ia ter ninguém. Mas encontrei mais de dez pessoas jogando e hoje tem bastante gente também.”
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No meio de todo esse entusiasmo, há quem questione a segurança dos jogadores, já que o usuário fica concentrado no jogo. Daniel Abs entende que vivemos em uma cultura de insegurança, mas com os devidos cuidados é possível jogar sem medo. “A mesma atenção que devemos ter normalmente, porque já ficamos distraídos com aplicativos como Facebook, deve ser tomada em relação ao jogo.” No caso das crianças, ele sugere que os pais aproveitem o jogo para propor passeios, andar pelas praças e fortalecer o senso de comunidade e de localização dos filhos.
Ficou na vontade?
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O usuário pode baixar o aplicativo do Pokémon Go nas lojas virtuais Apple Store (sistema operacional iOS) ou Google Play (sistema operacional Android), de forma gratuita. No entanto, são necessários alguns requisitos para que o aplicativo funcione corretamente. De acordo com informações do site Gotta Be Mobile, no caso do Android é preciso ter a partir da versão 4.4. do software e memória RAM de 2GB. No caso do iOS, o iPhone deve ser a partir do modelo 4S.
Franquia há 20 anos
A franquia Pokémon pertence à empresa Nintendo e apesar de ter começado com os jogos, ficou conhecida pelo anime – desenho japonês – em que Ash e seus amigos viajam o mundo caçando os monstrinhos e treinando para serem mestres pokémon. Depois de seis gerações dos jogos e animes, a série está completando 20 anos e Pokémon Go veio também para celebrar a data. Felipe Schwengber, 22 anos, é estudante de Audiovisual da Unisc e fã de pokémon desde a infância. Para ele, o jogo traz para a sua geração a chance de concretizar, ainda que de forma virtual, o sonho de caçar e capturar pokémons como nos desenhos que assistia.
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Algumas dicas
Em Santa Cruz, segundo os usuários, os melhores lugares para caçar pokémons são as praças. A Getúlio Vargas, por exemplo, conta com vários “pokstops”, lugares virtuais onde os jogadores podem encontrar itens para o jogo sem precisar pagar por eles no aplicativo. A Catedral São João Batista, o Monumento do Imigrante, o Parque da Oktoberfest e a Pista de Skate também são ótimos lugares para encontrar os bichinhos, de acordo com os jogadores.
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