Poesia contra o caos

Com a experiência e as vivências de três décadas dedicadas à astrologia, uma santa-cruzense mira cotidianamente o cosmos (onde, afinal, reina a harmonia) para intuir ou identificar alguma ordem no caos, em um mundo que, por sinal, parece andar mais caótico do que nunca. E o equilíbrio necessário e indispensável para o ser humano parece advir, em especial, da poesia, com suas reverberações e suas simbologias. É trazendo na bagagem um novo livro, de prosa poética, que a astróloga Isabel Mueller retorna à sua terra natal nesta semana. E chega para lançar esse novo título, Caosmica, sob o selo da editora carioca Philos. O evento ocorreu neste sábado, na Livraria e Cafeteria Iluminura.

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Com o novo volume, o seu terceiro, Isabel ressurge após um longo hiato desde o lançamento de Alumbramento, em 2007. A estreia, com Céu da boca, já decorre mais de duas décadas, tendo sido editado em 2002. Antes dessa sua dedicação à literatura, Isabel fizera da astrologia a sua profissão, seguindo uma vocação, com mais de três décadas de atuação na área. Seja com a elaboração de horóscopo convencional, diário (que, aliás, assinou por quase uma década nas páginas da Gazeta do Sul), ou pela elaboração de mapas astrais ou outros conteúdos relacionados com a conferência do movimento dos astros, ela ganhou o mundo graças a esse envolvimento com a espiritualidade e o plano cósmico.

Morou por uma temporada nos Estados Unidos, retornou a Santa Cruz e depois se fixou no Rio de Janeiro. Quando veio a Covid-19, reaproximou-se de seus familiares em sua terra natal. O pai, Arlindo, é falecido, mas a mãe, dona Leonita, segue morando por aqui, bem como seus dois irmãos e seus sobrinhos. Quando a ameaça da pandemia arrefeceu, novamente levantou voo, desta vez para se radicar no litoral de São Paulo, há dois anos, além de ter passado um período na capital paulista.

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A partir de lá, foi coautora de um podcast, Astrológicas, de ampla e positiva repercussão junto a plataformas da Globo. E foi nesse período, igualmente, que se dedicou a elaborar os textos de Caosmica, compostos por 12 seções, identificadas pelos signos (ou símbolos), mas não necessariamente relacionados a astronomia. São apreciações poéticas, líricas, de inferências que o cosmos proporciona, sem pretensão de oferecer um horóscopo.

Depois de os dois livros anteriores terem constituído efetivamente uma produção de poesia, Isabel prefere denominar esse novo conjunto de prosa poética. E antecipa que talvez ele constitua uma transição, em direção a uma escrita que, no futuro, poderá efetivamente ocorrer no gênero da prosa. Caosmica traz ainda 12 ilustrações (bem como a arte da capa) assinadas pela designer e publicitária mineira Rachel Gomes Magalhães, representando 12 mulheres, ou deusas.

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Isabel comenta que, a exemplo dos dois livros anteriores, ela não poderia deixar de fazer o primeiro lançamento em sua terra natal, e novamente na Iluminura. Posteriormente, outras sessões de autógrafos devem ocorrer em São Paulo, em Santos, Rio de Janeiro e talvez em Belo Horizonte. Mas os seus conterrâneos terão o privilégio de apreciar em primeira mão os seus novos voos criativos, imaginativos e criadores.

Em sua atividade profissional rotineira, Isabel atualmente se dedica, como astróloga, a mentorias, workshops, palestras e consultas, muitas delas em plataforma online, e com clientela do mundo todo, embora cariocas e paulistas sejam a ampla maioria, como salienta. Em paralelo, leva adiante a sua produção como escritora, ajudando a, pelas palavras, colocar um pouco de ordem nesse caos que nos cerca (ou que nos habita e embala).

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