Uma situação que não é nova e se agravou recentemente tem sido motivo de reclamações constantes entre os moradores da Rua Augusto Mandler, em Linha Travessa, em Santa Cruz do Sul. Com o aumento no fluxo de veículos, além do risco de acidentes na via que não é pavimentada, a poeira vem exigindo uma dose extra de paciência.
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Com a terra seca e a passagem de carros e caminhões, quem mora no trecho de quase seis quilômetros precisa manter as portas e janelas fechadas na tentativa de deixar o pó do lado de fora. Segundo os moradores, a situação piorou especialmente no último ano em razão da construção de novas residências. Outro fator que contribuiu para isso é o fato de a rua servir de ligação entre a Avenida Orlando Oscar Baumhardt, em Linha Santa Cruz, com a RSC-471, em Entrada Rio Pardinho.
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A manicure Angélica Ramm mora na região há quatro anos e é uma das que têm convivido com a poeira. Ela conta que precisa limpar a casa várias vezes por dia. O pó fica impregnado no sofá da sala, na mesa da cozinha, nas roupas do varal, e o problema se amplia com o passar dos dias. Antes de qualquer refeição, ainda precisa passar o pano na mesa, que fica manchado com a sujeira.
“Nossa rua é um desvio de Rio Pardinho e Sinimbu. Quem vem a Linha Santa Cruz não vai até o trevo do Gaúcho Diesel na RSC-287 para fazer o retorno. Os veículos passam por aqui, como sempre foi, só que está aumentando. São caminhões e ultrapassagens de carros. Está bem complicado para os moradores”, conta a manicure, que reside com o marido e a filha pequena.
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A velocidade também é um problema que cresce com o aumento do fluxo. Angélica conta que certa vez teve que levar sua filha para uma vala da rua no acostamento, para escapar de um veículo que se perdeu no meio da poeira e quase as atropelou. Nas imagens da câmera de segurança em sua residência, é possível identificar os caminhões passando em alta velocidade e levantando uma nuvem de poeira que, com o vento, é carregada para dentro de casa.
“É horrível. Todos os dias, antes de preparar a mesa para o almoço ou janta, eu limpo o fogão, a mesa, a pia, os panos de prato, que ficam pretos de terra. A gente faz faxina, mas não consegue limpar tudo. É limpar e em questão de meia hora está tudo sujo de novo. Temos que ficar trancados dentro de casa”, resume.
Silvane Vogt, de 38 anos, também mora no trecho e passa por situação semelhante. “É complicado. Nem as janelas da frente de casa dá para abrir, segundo ela. A poeira e a velocidade dos carros atrapalham muito. Eu moro aqui há dois anos, e vem aumentando muito o problema”, reforça.
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Por tratar-se de rua de chão batido, os moradores também ouviram das autoridades que não é possível colocar quebra-molas no trecho, para reduzir a velocidade dos carros. Sem saber o que fazer para resolver o problema da poeira e da alta velocidade dos veículos na rua, os cidadãos resolveram agir. Em novembro organizaram um abaixo-assinado, que já conta com 275 assinaturas, pedindo providências.
Procurada, a Secretaria de Obras e Infraestrutura enviou nota informando que não há previsão orçamentária para calçamento ou asfalto na rua Ernesto Augusto Mandler. De acordo com a pasta, a comunidade deve se manifestar formalmente à Secretaria de Planejamento e Orçamento, para que a Prefeitura possa analisar a situação.
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Da mesma forma, a Secretaria de Obras se comprometeu a desenvolver um projeto de calçamento para a rua. Além disso, a nota diz que a administração municipal aguarda por melhores condições climáticas, com mais umidade, para realizar a compactação do solo da pista.
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