A Polícia Militar (PM) do Rio divulgou nota neste domingo, 12, sobre a decisão da juíza Tula Mello, da 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça, que decretou, na sexta-feira passada, 9, a prisão temporária de nove policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), do 16º Batalhão da PM (Olaria). Os sargentos Anderson Nandler do Nascimento, Fábio Costa da Silva, Antônio Carlos da Cruz, Ricardo Justino Lopes de Medeiros, Marcelo Augusto Cardoso Pereira, Marcelo Theodoro Miranda, Gilmar Baptista dos Santos, André Luiz Ferreira da Silva e Janderson Pereira Anacleto são suspeitos de associação para o tráfico de drogas.
Na nota, o comando da corporação diz que “não hesitará em punir, com todo o rigor da legislação vigente, os policiais militares acusados de envolvimento com o crime organizado, caso sejam declarados culpados pela Justiça”. O comando da PM acrescenta que o desvio de conduta de uma ínfima minoria de PMs não pode afetar a imagem da corporação, “composta de homens de bem, que, apesar de todas as dificuldades financeiras e materiais, não medem esforços para proteger a sociedade”.
De acordo com a Justiça, a investigação indica que os policiais vêm recebendo propina desde o fim de 2016, para auxiliar integrantes da facção criminosa Comando Vermelho, da favela de Acari, na retomada do controle de pontos de venda de drogas na Cidade Alta, em Cordovil, na zona norte. Atualmente, a localidade é dominada pelo Terceiro Comando Puro. Houve suspeita ainda de que os policiais teriam alugado o carro blindado, conhecido como caveirão, para infiltrar os criminosos na favela.
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As informações do envolvimento dos PMs com o crime organizado vieram à tona após a prisão de 45 suspeitos, com apreensão de 32 fuzis, em confronto entre facções rivais em 2 de maio. Entre os detidos, estava o traficante Carlos Alberto de Assis Farias, o Cachoeira, que revelou um plano de retomada da região, com a ajuda do Grupo de Ações Táticas Especiais da unidade.
Em depoimento à Justiça, o comandante do 16° batalhão de Olaria, tenente-coronel Benevenuto Santos, disse que entre os presos em flagrante havia um conhecido como Cachoeira, “que verbalizava insatisfação com o insucesso da invasão porque pagará certa quantia em dinheiro a policiais do 16º BPM, que prestariam auxílio a ele e seus comparsas no plano de retomada da Cidade Alta”. Cachoeira apontou como policiais envolvidos aqueles que assumiriam o serviço do Gate na manhã do dia 2 de maio de 2017, segundo o oficial.
De acordo com o inquérito policial militar, Cachoeira estava insatisfeito porque pagara a PMs por apoio e, no entanto, o Bope apareceu na região para rechaçar a tentativa de invasão. A Polícia Militar identificou que o mesmo grupo do Gate, do 16º Batalhão, estava trabalhando na região nos mesmos dias em que ocorreram outras tentativas de invasão de traficantes à Cidade Alta.
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Além da prisão temporária de cinco dias, a magistrada decretou a quebra dos sigilos bancários e fiscais, e o bloqueio dos bens dos nove PMs investigados.
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