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Plantio do trigo chega a 80% da área na região

O plantio do trigo na região chegou a 80% da área prevista, que é de cerca de 89 mil hectares na zona de atuação da regional de Soledade da Emater/RS-Ascar, também responsável pelo Vale do Rio Pardo. O período de semeadura se encerra por volta do dia 20 deste mês, mas pode variar conforme a realidade de cada município. Apesar da elevação no custo dos insumos, a expectativa dos produtores é positiva tendo em vista o preço da saca, que teve um aumento médio de 45% em relação ao mesmo período do ano passado.

De acordo com Josemar Parise, extensionista rural da Emater, o clima das últimas semanas colaborou com o plantio e o desenvolvimento do trigo já semeado, que apresenta boa germinação e densidade de plantas sem falhas. Ele chama a atenção dos agricultores para a necessidade do manejo correto. “É preciso plantar no limpo e fazer uma boa dessecação, sobretudo no azevém, que é resistente. Se ele competir com a cultura do trigo, as perdas podem chegar a 50%”, alerta o especialista.

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As doenças também exigem cuidados especiais, como as manchas foliares que atingem as plantas nos primeiros estágios. No período de florescimento, a atenção deve ser voltada para a giberela, infecção causada por fungos que pode provocar má formação dos grãos e baixa qualidade do trigo, bem como a redução da produtividade. Por isso, a recomendação de Parise é que os produtores busquem orientações técnicas e apliquem os defensivos agrícolas no tempo correto para prevenir esses problemas.

Valorização estimula e faz aumentar a área plantada

A valorização do grão no mercado internacional fez a área plantada com trigo disparar na região nos últimos anos. Em 2019, eram cerca de 30 mil hectares cultivados na área de atuação da Emater de Soledade. Em 2020 houve crescimento para 50 mil hectares, e em 2021 novo avanço para 78 mil hectares. Neste ano, a intenção de plantio chegou a 88 mil hectares. O Vale do Rio Pardo é responsável por cerca de 20% dessas áreas.

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Essa valorização pode ser percebida com o crescente aumento no preço do produto. Em julho de 2019, a saca de 60 quilos era vendida a uma média de R$ 45,00. Um ano depois, o valor era de R$ 58,00. Em 2021 houve novo salto, para R$ 85,00, e agora, em 2022, o preço da saca gira em torno de R$ 115,00. A valorização em três anos é de 155%. Parise observa ainda que a guerra na Ucrânia – o quinto maior exportador mundial – obrigou o mercado internacional a buscar outros fornecedores, entre eles o Brasil.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta um aumento de 50% nas exportações neste ano.

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Guilherme Bica

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