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Plantio de batata tem os primeiros resultados

Mesmo com as dificuldades devido à pandemia do coronavírus em 2020, a Emater/RS-Ascar conseguiu desenvolver nesse ano um projeto para introduzir o plantio de batatinha no Vale do Rio Pardo. O objetivo é aumentar a produção e o comércio local do tubérculo para fornecer ao mercado regional.

A pedido da Cooperativa Agrícola de Passo do Sobrado e Vale Verde (Coopasvale), o projeto foi desenvolvido em parceria da Emater com a Embrapa Clima Temperado, do município de Pelotas, e também com a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr). As restrições em virtude do distanciamento social limitaram trabalhos de campo e as ações das entidades se tornaram encontros virtuais, mas a iniciativa já colhe os primeiros resultados.

Em uma unidade de observação na localidade de Rincão Nossa Senhora, em Passo do Sobrado, foram cultivadas cinco variedades de batatinha: BRS Ana, BRS Clara, BRS Camila, BRS Bel e BRS Macaca. A intenção foi avaliar qual variedade pode se desenvolver com melhores resultados nas propriedades do Vale do Rio Pardo. O plantio ocorreu em agosto e a colheita foi realizada no mês de novembro.

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Agrônomo Edson Mohr, da Emater, acompanhou a evolução do trabalho na região

O agrônomo e extensionista rural Edson Mohr, da Emater, explica que a cultivar BRS Ana destacou-se pelo rendimento. O próximo passo será adquirir sementes para fornecer aos agricultores interessados em realizar o plantio da batatinha, cuja safrinha inicia-se entre fevereiro e março. O ciclo da batata é de cerca de cem dias, podendo variar de acordo com a cultivar e as condições ambientais no processo de desenvolvimento das plantas.

“Agora estamos em contato com o fornecedor de batatinha semente, do município de Ibiraiaras (RS). Já temos lista de interessados, pois o plantio será entre fevereiro e março, e até lá vamos trazer as sementes”, revela Mohr. Além dos desafios de dominar o cultivo da batata na região, a obtenção de sementes é uma das dificuldades que terá o produtor do Vale do Rio Pardo. Por isso a necessidade de recorrer inicialmente a agricultores de Ibiraiaras, no Nordeste gaúcho, certificados pelo Ministério da Agricultura.

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Região tem potencial para a produção
A batata-inglesa, ou batatinha, ou ainda Solanum tuberosum em seu nome científico, é plantada em propriedades do Vale do Rio Pardo para a subsistência, na maioria dos casos. No entanto, há potencial para a produção em larga escala e para suprir a grande demanda do mercado local. Segundo o extensionista rural Edson Mohr, da Emater, o processo será longo até que se tenha uma oferta capaz de suprir os estabelecimentos que vendem o produto na região, para atingir um nível de infraestrutura como o da cadeia do tabaco, do arroz e da soja, por exemplo.

A intenção não é incentivar a monocultura, mas que os produtores apostem na batata como diversificação. “Em nível comercial, não temos plantio na região. Temos solo e clima apropriados, é só uma questão de conhecermos novamente a experiência. O mercado é bom, não existe um supermercado na cidade que não tenha batatinha, desde os grandes até os pequenos.”

A batata é considerada a hortaliça mais importante na produção brasileira. Segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado pelo IBGE, a produção total de batata no Brasil em 2019 superou 3,8 milhões de toneladas. Os principais estados produtores são Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

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